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  1. Foi

    13 de dezembro de 2007

    Foi. De novo como outras vezes. Mas foi diferente. Bom? Foi... Tanto ou mais do que outras vezes. Mas foi diferente. Despertando algo novo, ou algo velho que estava esquecido. Foi tão gostoso quanto o que se pode imaginar de mais gostoso... Não foi nada, mas foi tão bom. E foi embora sem avisar. Mas se foi deixando resquícios. Um pouco do que foi. Mais do que eu esperava. Ainda não foi dessa vez. Mas quando foi, não ficou mais o gosto amargo. Só a certeza de saber que, o que foi – seja lá o que tenha sido – valeu a pena.

  2. tudo é olhar

    16 de novembro de 2007

    Tudo é olhar...


    não te amo mais

    estarei mentindo dizendo que

    ainda te quero como sempre

    tenho certeza que

    nada foi em vão.

    sinto dentro de mim que

    você não significa nada

    não poderia dizer jamais que

    alimento um grande amor

    sinto cada vez mais que

    já te esqueci!

    e jamais usarei a frase

    eu te amo!

    sinto, mas tenho que dizer

    verdade

    é tarde demais...



    Texto atribuído à Clarice Lispector, (vai saber, não é mesmo) aparentemente como outro qualquer. Mas como tudo é olhar, tente ver de outro jeito (dica? leia de baixo para cima).


    Como nada se cria, abaixo, letra de música da Paula Toller que segue mais ou menos a mesma linha:




  3. Jornalista chato

    7 de novembro de 2007

    Uma vez disse a uma amiga jornalista que postaria neste blog fatos, acontecimentos, textos e outras coisas que valessem a pena dividir com quem está aí, dos outros lados da rede. Parece que o jornalismo está na alma de quem é jornalista. Por isso ‘ele’ não agüenta: precisa saber além do que o que está aparente. E foi isso que aconteceu num desses últimos feriados em Angra dos Reis, mais especificamente na praia Residencial.

    Uma aglomeração de pessoas à distância. E, entre os amigos, só este blogueiro interessado em saber qual era a ‘tragédia’ (sim, porque aglomeração de pessoas só pode ser duas coisas: distribuição de brindes e tragédia). E lá fui eu pra ver de perto.

    Salvamento de uma vítima de afogamento. O dia estava chuvoso e o mar perigoso. Era um homem de cerca de 40 anos recobrando a consciência. O jornalista aqui foi logo chegando mais perto e ouviu “sem querer” do salva-vidas: “Se demorasse mais três minutos para resgatá-lo ele não sobreviveria”.

    Não contente, cheguei mais perto. Perguntei pra um e pra outro curioso. Fui informado de que ele e o filho estavam no mar na hora do afogamento. Mas onde estava o filho? Será que havia se afogado?

    O mais interessante dessa história “baseada em fatos reais” vem agora. O homem recobrou a consciência, mas ainda meio atordoado, começou a perguntar pelo filho. O filho chegou e passou a mão na cabeça do pai perguntando se estava tudo bem. Os bombeiros levaram o homem e eu cheguei mais perto. Perguntei ao filho (que aparentava ter 17 anos) o que havia acontecido. Ele contou uma história que balançaria a isenção objetiva de qualquer repórter.

    Os dois estavam no mar e ficaram presos pela maré. O pai havia conseguido sair mas o filho não. Então ele voltou para tentar salvar o jovem e acabou desaparecendo na água, enquanto o filho conseguiu sair e chamar ajuda.

    No meio dessa confusão toda, o filho foi embora acompanhar o pai e eu ouvi a sentença que dá título a essa postagem: “Jornalista chato!”, da boca de uma pessoa que eu arrastei para a aglomeração com a minha curiosidade. Adorei ouvir aquilo. Me fez perceber que, apesar de temporariamente distante da profissão, ela ainda está aqui, na alma. “Jornalista chato”, com muito orgulho. Algumas falhas na apuração, mas fazer o que... Mais algum chato por aí?

  4. Dia de Treinamento

    22 de outubro de 2007

    Igreja da Candelária - Centro do Rio. Era a vista que me aguardava todos os dias depois do treinamento. Valia a pena abrir a janela.

  5. Já aconteceu?

    14 de outubro de 2007

    Sabe aqueles momentos em que está tudo mudando, e muda rápido demais? E as mudanças não acontecem sucessivamente, mas concomitantemente (ao mesmo tempo)? Aquelas ocasiões em que você é obrigado a deixar tudo pra trás? Tudo mesmo – o que é bom e ruim? Já viveu algum momento em que você se despede de velhos atores, dores, amores? Só que inesperadamente? Já se viu num beco sem saída, onde, sem querer, você encontra uma porta? E essa porta te leva pra um lugar assustadoramente e interessantemente desconhecido? Esteve confuso em meio a tantas transformações que parecia que o mundo iria desabar nas suas costas e que você não iria dar conta (mas no final dá tudo certo)? Esteve tão certo de que a mudança te faria tão bem que você não se segurou de tanta felicidade? E ao mesmo tempo te dá um medo danado de “tudo ao mesmo tempo agora”? Já experimentou aquela sensação paradoxal de querer e temer? Já aconteceu? Comigo já.

  6. Subentendido

    22 de setembro de 2007

    É amor

    Sonhar com você, acordado, dormindo
    Lembrar de você, sorrindo, rindo
    Partindo? Saudade de você
    Sofrer com você/ por você
    A alegria constante de saber: você

    Me encaixar em você
    Temer, tremer
    Morrer, pra viver em você (crescer)
    Olhar nos seus olhos e me ver
    Dormir no teu colo: tornar a nascer

    É amor

    Olhar de outro jeito:
    Ter a certeza de que a vida é uma eterna felicidade com alguns momentos tristes
    Sonhar do mesmo jeito (como nossos pais):

    Ter a certeza de que, pode não ser a hora, mas ela será a melhor mãe para os seus filhos

    Deixar ficar subentendido - calado como quem ouve uma sinfonia


    _________________________________________________________________
    *Pequeno texto pra tentar definir o que eu penso sobre o significado oculto dessas quatro letras: A-M-O-R.


    Veja outra resposta:
    O que é amor

    *Músicas citadas: 4 letras (George Israel e Cazuza) Papel Marchê (João Bosco), Apenas mais uma de amor(Lulu Santos)

  7. Mais uma da série recebi no email

    17 de setembro de 2007


    Previsão do tempo em Portugal

  8. Enquanto ela descia do ônibus

    10 de setembro de 2007

    Enquanto ela descia as escadas do ônibus e acenava com um sorriso tímido nos lábios eu pensava...

    Ela tinha nove anos. Cabelos louros desgrenhados, presos por um elástico rosa com duas flores de plástico nas pontas. Chinelo nos pés. Corpo relativamente magro e tímido, como tudo nela. Os ombros ligeiramente encurvados, esquivando-se de todos. Seu nome era Luna, como o astro: naquele momento minguante; outras poucas vezes crescente; sempre nova. Olhos claros - que à luz do sol ficavam verdes -, naquele momento, porém, cor de mel, pois já era noite.

    O que iluminava aquele olhar eram os sonhos. Sonhava coisas pequenas, que para ela eram infinitamente grandes. Certa vez Luna escreveu uma carta para aquele programa de televisão que promete realizar os sonhos das pessoas. E ela não deixava de sonhar. Mesmo com o medo. Medo da onda, medo da chuva, do trovão, medo do pesadelo – menos de sonhar.



    Morava com a mãe e os irmãos. Conheceu o pai uma vez, porém ele fora embora quando Luna ainda era nova (como o astro) levando consigo a oportunidade de um amor que ela nunca soube o que era. A mãe trabalhava fora e era Luna quem cuidava da casa, dava banho nos irmãos, levava para a escola, fazia comida, varria, corrigia, brincava. Ficava dia após dia no que sobrou da casa destruída pela última chuva de granizo. Mesmo assim, ainda sonhava.

    Ela descia do ônibus sorrindo e acenando, enquanto eu pensava nisso tudo e me perguntava: Porque precisa ser assim? Luna era como o astro: ali minguante; poucas vezes crescente; sempre nova; (tomara) mas talvez nunca lhe dêem a chance de ser cheia.



  9. Contra-capa*

    30 de agosto de 2007

    Foi ele, esse iluminado de olhos cintilantes e cabelos desgrenhados, que um dia saltou dentro de mim e gritou basta! Num momento em que meu ser civilizado, bem penteado, bem vestido e ponderado dizia sim a uma injustiça. Foi ele quem amou a mulher e a colocou num pedestal e lhe ofertou uma flor. Foi ele quem sofreu quando jovem a emoção de um desencanto, e chorou quando menino a perda de um brinquedo, debatendo-se na camisa-de-força com que tolhiam o seu protesto. Este ser engasgado, contido, subjugado pela ordem iníqua dos racionais é o verdadeiro fulcro da minha verdadeira natureza, o cerne da minha condição de homem, herói e pobre-diabo, pária, negro, judeu, índio, santo, poeta, mendigo e débil mental. Viramundo! Que um dia há de rebelar-se dentro de mim, enfim liberto, poderoso na sua fragilidade, terrível na pureza de sua loucura.


    (*) contra-capa do livro O Grande Mentecapto de Fernando Sabino

  10. Por-do-sol

    28 de agosto de 2007

    Por-do-sol na BR-040: uma das estradas dessa minha vida viajante.

  11. Lugar. Comum

    23 de agosto de 2007

    A hora de partir chegou. E com ela o vazio, a saudade. Partir um sonho pra que outro tome lugar. Partir a comodidade de estar onde estava. Chegou a certeza de que valeu a pena. Chegou toda a dúvida e medo. Mas, o tempo não espera. Para usar este lugar comum; e quantos mais usar para falar que é preciso?

    Necessário ir, porque ficar parado era bom, contudo melhor é caminhar. Pra onde? São tantos os caminhos, então: caminhar. Tanto andar. Um longo caminho até aqui, já não ser mais quem era antes*. Enfim, alçar vôos mais altos. Pra usar outro clichê; e quantos mais usar?

    O que seria da vida sem os clichês, os lugares comuns? A segurança. É na maior parte do tempo o chavão da vida. Até que tudo muda. É necessário sair do lugar. Comum é movimentar. Retornar? Talvez. Nenhum caminho é sem volta. Mais um, e quantos mais?

    Para falar que a hora chegou. Chegou mais uma vez. E quantas horas mais vão chegar?

    *Trecho adaptado da música Longo Caminho (Herbert Vianna)

  12. Toca no MP3

    11 de agosto de 2007

    Play. O mp3 começa a tocar me fazendo lembrar que o amor é só um jogo e questionar: Honestamente eu fui um erro que você cometeu? É isso que você quis dizer? Toca bem alto Love’s a game, da banda indie The Magical Number.

    Mas a próxima da lista é James Morrison que me faz revelar: Para cada parte de mim que te quer, outra parte recua. E nesse vai e vem você me faz sentir algo que me dá medo. Pode não ser nada, mas estou disposto a dar uma oportunidade. Por que vida é fazer todo sonho brilhar, com a versão de Paula Toller e Yamandú Costa para a música de João Bosco: Dormir no teu colo é tornar a nascer.

    Com Cris Braun, vim correndo vim te ver, pra dizer, bom dia. Me diga, porque meu sonho não pode se tornar realidade (é o rei Elvis Presley, que também toca por aqui). Acho que vocês estão perguntado, o que pode me fazer sentir desse jeito. Respondo: My Girl.

    Mas a pergunta insiste: Me diga, porque meu sonho não pode se tornar realidade? E emendo com Eric Clapton: Se eu pudesse ser um rei, mesmo que por um dia, te tornaria minha rainha. Se eu pudesse mudar o mundo, eu seria a luz do sol no seu universo, e você pensaria que meu amor é realmente algo bom. Mas eu continuo esperando, esperando,..., esperando o mundo mudar: completa John Mayer na próxima faixa.

    Caio na real com Kara’s Flowers: Eu desejava que as coisas pudessem ser daquele jeito todo dia, mas sei que nunca poderia viver sempre daquela maneira. Era apenas um simples caso de amor. E por isso desabafo com Dado Villa-Lobos:
    Não sabe se quer, não sabe se é bom ou ruim, não sabe sequer, o que você planta no seu jardim. Qualquer vagabundo ou condenado é mais descente que você!

    Ah, quer saber?! Mesmo assim: bealtifull girl, stay with me (INXS). Eu não tenho remédio mais do que te amar: é Juanes na seqüência. E quer saber mais?! Quer saber quando te olhei na piscina se apoiando com as mãos na borda... São os “nossos preferidos” Nando Reis e Cássia Eller me fazendo cantar:
    de que me adianta tanta mobília se você não está comigo?

    E assim eu me divirto com meu mp3, sempre tocando a minha vida. Tá na hora de dormir. Stop.

    ________________________________________________________

    Atualmente tocam no meu mp3:

    - The Magical Number (Love’s a game)
    - James Morrison (You give me something)
    - Paula Toller e Yamandú Costa (Papel Marchê)
    - Elvis Presley (If I can dream)
    - The Temptations (My Girl)
    - Eric Clapton (Change the world)
    - Jonh Mayer (Waiting on the world to change)
    - Kara’s Flowes (Simple kind of lovely)
    - Dado Villa-Lobos (Jardim de Cactos)
    - INXS (Bealtiful girl)
    - Juanes (Fotografia)
    - Cássia Eller (No recreio), letra de Nando Reis: os “nossos preferidos” de muita gente.

  13. Todos os dias, recebo um monte de e-mails desses que a pessoa reencaminha para todos os seus contados. Leio apenas alguns, mas apago todos. Esses dias, como raramente acontece, recebi um muito inteligente e engraçado que posto aqui:
    _____________________________________________
    Coisas que são DIFÍCEIS de dizer quando você está bêbado:
    - Indubitavelmente.
    - Preliminarmente.
    - Proliferação.
    - Inconstitucional.

    Coisas que são EXTREMAMENTE DIFÍCEIS de dizer quando você esta bêbado:
    - Especificidade.
    - Transubstanciado.
    - Verossimilhança.
    - Três tigres.

    Coisas que são TOTALMENTE IMPOSSÍVEIS de dizer quando você está bêbado:
    - Puta merda que menina feia!!!!
    - Chega, já bebi demais.
    - Sai fora, você não é o meu tipo...

    MANUAL PRÁTICO
    Como agir quando se bebeu demais e está com os seguintes sintomas:

    SINTOMA: Pés frios e úmidos.
    CAUSA: Você está segurando o copo pelo lado errado.
    SOLUÇÃO: Gire o copo até que a parte aberta esteja virada para cima.

    SINTOMA: Pés quentes e úmidos.
    CAUSA: Você fez xixi.
    SOLUÇÃO: Vá se secar no banheiro mais próximo.

    SINTOMA: A parede a sua frente está cheia de luzes.
    CAUSA: Você caiu de costas no chão.
    SOLUÇÃO: Coloque seu corpo a 90 graus do solo.

    SINTOMA: O chão está embaçado.
    CAUSA: Você está olhando para o chão através do fundo do seu copo vazio.
    SOLUÇÃO: Compre outra cerveja ou similar.

    SINTOMA: O chão está se movendo.
    CAUSA: Você está sendo carregado ou arrastado.
    SOLUÇÃO: Pergunte se estão te levando para outro bar.

    SINTOMA: O local ficou completamente escuro.
    CAUSA: O bar fechou.
    SOLUÇÃO: Pergunte ao garçom o endereço de sua casa.

    SINTOMA: O motorista do táxi é um elefante rosa.
    CAUSA: Você bebeu muitíssimo.
    SOLUÇÃO: Peça ao elefante que o leve para o hospital mais próximo.

    SINTOMA: Você está olhando um espelho que se move como água.
    CAUSA: Você está para vomitar em uma privada.
    SOLUÇÃO: Enfie o dedo na garganta

    SINTOMA: As pessoas falam produzindo um misterioso eco.
    CAUSA: Você está com a garrafa de cerveja na orelha.
    SOLUÇÃO: Deixe de ser palhaço.

    SINTOMA: A danceteria se move muito e a música é muito repetitiva.
    CAUSA: Você está em uma ambulância.
    SOLUÇÃO: Não se mova. Possível coma alcoólico.

    SINTOMA: A fortíssima luz da danceteria está cegando seus olhos.
    CAUSA: Você está na rua e já é dia.
    SOLUÇÃO: Tente encontrar o caminho de volta para casa.

    SINTOMA: Seu amigo não liga para o que você fala.
    CAUSA: Você está falando com uma caixa de correios.
    SOLUÇÃO: Procure seu amigo para que ele te leve para casa.

    SINTOMA: Nenhuma mulher quer te beijar na festa.
    CAUSA: Você chegou em quase todas e está fedendo a cigarro, cheirando mto abebida e parece um psicopata.
    SOLUÇÂO: Não beba tanto e pare de fumar.

  14. Errata

    4 de agosto de 2007

    É pra fazer uma errata mais do que necessária. Há algum tempo atrás publiquei aqui um texto intitulado "Mude" que achava que fosse do Pedro Bial. Pois não é, o verdadeiro autor é Edson Marques. O fato é que o texto "Mude" foi uma das faixas do CD "Filtro solar" - aquele conhecido poema -, porém nem me dei conta de que o autor era outro. Edson Marques postou um comentário em um de meus textos, "Aquele dia", informando do mal-entendido. O mais legal é que se eu não tivesse cometido esse deslize, talvez ele nem tivesse lido outros de meus textos (rs). Aproveito para republicar o texto "Mude", com a correta autoria. Vale muito a pena reler.
    ___________________________________________________________

    MUDE
    Edson Marques

    Mude.
    Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
    Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
    Mais tarde, mude de mesa.
    Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
    Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
    Tome outros ônibus.
    Mude por uns tempos o estilo das roupas.
    Dê os teus sapatos velhos.
    Procure andar descalçoalguns dias.
    Tire uma tarde inteira pra passear livremente napraia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
    Veja o mundo de outras perspectivas.
    Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
    Durma do outro lado da cama...depois, procure dormir em outras camas.
    Assista a outros programas de TV, compre outrosjornais... leia outros livros.
    Viva outros romances.
    Não faça do hábito um estilo de vida.
    Ame a novidade.
    Durma mais tarde.
    Durma mais cedo.
    Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
    Corrija a postura.
    Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
    Tente o novo todo dia,o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novojeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
    Tente.
    Busque novos amigos.
    Tente novos amores.
    Faça novas relações.
    Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outrapadaria.
    Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
    Escolha outro mercado... outra marca de sabonete,outro creme dental...tome banho em novos horários.
    Use canetas de outras cores
    Vá passear em outros lugares.
    Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
    Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escrevas outraspoesias.
    Jogue fora os velhos relógios,quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.Abra conta em outro banco
    Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outrosteatros, visite novos museus.
    Mude.
    Lembre-se que a vida é uma só.
    E pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, maisprazeroso, mais digno, mais humano.
    Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
    Seja criativo.
    E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
    Experimente coisas novas.
    Troque novamente.
    Mude, de novo.
    Experimente outra vez.
    Você certamente conhecerá coisas melhorese coisas piores do que as já conhecidas.
    Mas não é isso o que importa.
    O mais importante é a mudança, o movimento
    , o dinamismo, a energia.

  15. Aquele dia

    3 de agosto de 2007

    Não caiu a lágrima. Aquela que estava sufocada desde aquele dia. Aquele em que você me deixou com algumas coisas pra dizer. Aquelas palavras que só podem ser ditas cara a cara, e não por telefone. Aquele telefonema que me fez, cobrando por tudo o que eu não fiz e fiz. Aqueles erros que não queria ter cometido, mas aconteceu, porque “é humano”. Não vieram aquelas desculpas. As que você me devia e eu também, mas, por orgulho, medo ou coisa assim, não rolaram.

    E fiquei com aquela lágrima presa. Aquele seco que tive que engolir, de não poder, nunca mais. Porque aquele espaço que ficou parece que não se preenche, não mais. Mesmo com aquela vontade. Aquela conversa boa que tivemos outro dia. Aquele dia que te encontrei sem querer e não consegui te encarar. Por causa d’aquele sentimento de ter tão perto, mas estar tão longe ao mesmo tempo, e não poder fazer nada pra mudar. Aquela mudança que me faria sorrir completo.

  16. Mudanças à vista

    1 de agosto de 2007

    Vêm aí mudanças na ortografia da língua portuguesa

    Reforma unifica ortografia em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste

    Jornalistas & Cia

    O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado em 12/10/ 90, em Lisboa, que prevê a unificação da ortografia na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, entrará em vigor em janeiro de 2008. Segundo especialistas, ele constitui um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestigio internacional, já que é terceira língua ocidental mais falada, depois do inglês e do espanhol.

    Embora as modificações propostas pouco representem no todo da língua - calcula-se que mude apenas 1,6% do vocabulário de Portugal e menos ainda, 0,45%, no Brasil -, elas certamente demandarão tempo e até algum sofrimento para que as pessoas se acostumem com a nova grafia de diversas palavras. Precisaremos, por exemplo, deixar de acentuar as paroxítonas terminadas em “o” duplo, como “abençôo”, “enjôo” e “vôo”, pois elas passarão a ser grafadas “abençoo”, “enjoo” e “voo”.

    Da mesma forma, não mais usaremos o acento circunflexo nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo de verbos como “crer”, “dar”, “ler” e “ver”, ficando correta a grafia “creem”, “deem”, “leem” e “veem”. Em Portugal, desaparecerão da língua escrita o “c” e o “p” nas palavras onde eles não são pronunciados, como em “acção”, “acto”, “adopção” e “baptismo” - a grafia será ação, ato, adoção e batismo, como no Brasil. Haverá mudanças também no uso do hífen, o alfabeto passará a ter 26 letras, com a incorporação de “k”, “w” e “y”, e o trema não fará mais ninguém tremer, já que desaparecerá completamente.

    Algumas diferenças lá e cá, porém, serão mantidas: Portugal continuará com o acento agudo no “e” e no “o” tônicos que antecedem m ou n, enquanto o Brasil seguirá usando o circunflexo nessas palavras: académico/ acadêmico, génio/gênio, fenómeno/fenômeno, bónus/bônus.

    Fonte:
    http://www.jornalistasecia.com.br/noticias.htm

  17. Recorde

    31 de julho de 2007

    Nunca poderia imaginar que um texto meu sobre a auto-censura fosse causar tanta polêmica. Consegui bater o recorde de posts com isso (o recorde anterior era de 5 posts, do texto "O que te faz feliz", agora foram seis mesmo sabendo que o Anônimo é uma pessoa repetida). Gostaria de esclarecer que não foi estratégia para conseguir posts, viu Aline (rs). Na verdade, foi um texto sobre a auto-censura, pela qual todo mundo passa e pela qual já passei outras vezes. Não só aqui no blog, mas em outras situações, como nos locais onde trabalhei por exemplo. Todo mundo que se dá a escrever passa por isso, eu acho. Mas valeu todo mundo que comentou. Que aquele texto ali embaixo seja um como outro qualquer. Apenas idéias, pensamentos, "mais do que a rotina da redação, uma forma de ser explícito ou implícito" (mais implícito no caso).

    Errata: onde lê-se "posts", leia-se "comentários"

  18. Ela me pegou de jeito

    29 de julho de 2007

    A auto-censura. Ela me pegou de jeito. E o texto que escrevi, ficou na gaveta, com alguns outros. Preferi a cautela de não causar o efeito, como antes. Quem sabe um dia quando não houver a censura desse porém que me segura. "O Não constante". E mais nada sei escrever, a não ser sobre ela, que me pegou de jeito, mais uma vez. As idéias se foram, e só ela restou.

  19. Vivendo essa energia

    24 de julho de 2007

    O PAN acontecendo aqui do lado e eu não vou? Difícil. Sempre acompanho os jogos pela TV e já tinha prometido que iria, a pelo menos um jogo, quando fosse no Brasil. E a visita de família aos jogos aconteceu, no domingo, para a partida entre a seleção de Basquete feminina - agora já medalha de prata - contra as canadenses.

    No aeroporto

    Antes de chegar à Arena Multiesportiva (ou Multiuso como já apelidaram os cariocas que encontrei por lá), passei no Aeroporto Santos Drumond, para ver preço de passagem. Lá a viagem já começou com surpresas. Encontrei o líder da banda Engenheiros do Havaí, Humberto Gessinger, andando pelo aeroporto. Fui falar com ele para tirar uma foto e acabei batendo um dedo de prosa:

    - Oi Humberto. Gosto muito das suas músicas.
    - Obrigado.
    - Está indo fazer algum show?
    - Estou voltando de um, na verdade... (No Castelinho, em Franca-SP, no
    sábado)
    - Ah é, onde?
    - Fizemos em São Paulo, ontem, e estamos voltando. (para o Rio Grande chê).
    - Que legal. E agora, vôo atrasado?
    - Não, dessa vez não.


    O caos aéreo não pegou o Humberto, pelo menos.
    Mas voltando ao PAN, depois do aeroporto seguimos para o estádio, pela Linha Amarela, até Jacarepaguá. A linha Amarela, por sinal e sinalização, estava ‘vestida’ para o PAN. A prefeitura disponibilizou uma faixa apenas para quem vai para os jogos. No asfalto, ao longo da via, a pintura do símbolo do PAN 2007. Até o pedágio era PAN.



    Até o pedágio era PAN

    Chegando ao estádio, animação com o clima dos jogos. Todo mundo de verde e amarelo, pronto pra torcer pelo Brasil. Eu vesti a minha bandeira, que virou capa. Antes do jogo do Brasil assisti as americanas contra Cuba. Jogo mais do que tranqüilo para a seleção dos Estados Unidos (agora já medalhistas de ouro no basquete feminino).

    O macarrão – primeira parte

    Durante o intervalo, o primeiro problema envolvendo o macarrão da SporTV. A rede de televisão distribuiu aos torcedores uma espécie de balão de ar de plástico, no formato de macarrão, para os tocedores. No macarrão apenas os dizeres “É campeão...”, nada com o slogan da TV. Mas a organização dos jogos tinha a ordem expressa de não permitir o famigerado macarrão, porque o canal não tinha pedido permissão para fazer divulgação no evento. Uma família que estava com os objetos teve que esvaziar os brindes.



    A minha bandeira virou capa

    O jogo

    Começa o jogo do Brasil. Empolgação nas arquibancadas. Ôla! Janeth é aclamada, por conta da sua última participação na seleção. O time conta ainda Adrianinha, a pivô baixinha (para o padrão do basquete), que rouba todas as bolas. O Canadá começa ganhando, para desanimar. Abre vantagem de até 10 pontos. E fecha com 46 pontos, contra 40 das brasileiras.

    Mas no segundo quarto entra Micaela e a cara do time começa a mudar. Janeth pede, chamando com as mãos, e a torcida volta ao jogo. A cada posse de bola do Canadá, as arquibancadas tremem com o bater dos pés dos torcedores. Até uma fina nuvem de poeira se levanta no estádio. E as Canadenses começam a errar, um ponto atrás do outro.
    E o Brasil começa a acertar. “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!” A torcida vibra.


    Vó, tô no PAN

    O macarrão – segunda parte

    E o macarrão volta a causar problemas antes do final do jogo. Outra família vibrava com os brindes, quando um dos funcionários pediu para que eles esvaziassem. Dessa vez, porém, o pai-torcedor não admitiu. Disse que iria continuar com o macarrão até o final. E precisaram chamar o reforço da Força Nacional. Que idiotice! Três soldados da força para tirar um macarrão da mão de um torcedor. Eles não tinham mais nada o que fazer? Talvez alguma operação nas favelas do Rio (mas até os índices de violência diminuíram com o PAN, né).

    E mesmo assim o pai-torcedor não arredou o pé. E a Força Nacional chamou o reforço... De uma organizadora do evento. O bate-boca começou. E a torcida, pelo menos daquela parte do estádio, esqueceu um pouco o jogo e se voltou para o barraco. “Ão, Ão, Ão, libera o macarrão!”, torcíamos. Resultado: a família continuou torcendo com o macarrão e, ao invés de inibir a publicidade, o feitiço virou contra o feiticeiro, e todo mundo ficou sabendo que era a SportTV quem patrocinava os brindes.

    O resultado


    Até o final do jogo as brasileiras dominam. Micaela, Janeth e Adrianinha dominam. O Brasil abre vantagem, mantem a vantagem, e termina o jogo vencendo por 77 a 63. Bom demais!Vivendo essa energia, pra citar o slogan do PAN: “Viva essa energia”.

  20. O PAN, a TAM e o ACM

    20 de julho de 2007

    Maldades que a gente ouve e fala numa semana cheia de altos e baixos, turbulênicas, boas e más notícias como esta:

    "Fizeram uma enquete com os atletas brasileiros e todos disseram que não querem o Galvão Bueno narrando o seu jogo decisivo." (é, dá azar mesmo)

    "O governo Lula é o governo do relaxa e morre. O governo relaxa e o passageiro morre."

    "O presidente Lula deveria ter decretado feriado nacional e não luto nacional, pela morte do ACM."(humor mais do que negro)

    "Essa semana o país teve notícias boas, no PAN, notícias péssimas com o acidente da TAM, e notícia ótima..." (paro por aqui)

  21. Estado laico, ônibus não

    18 de julho de 2007

    Nada mais irritante do que acordar pra trabalhar, pegar o ônibus da viação SulFlu e ser obrigado a ir ouvindo, durante todo o percurso até minha labuta diária (do vale), os pastores evangélicos de uma rádio evangélica escolhida por um motorista evangélico. Nada contra os evangélicos, que só ouvem música evangélica, de rádios evangélicas, que só casam com evangélicos, e só compram de evangélicos, mas como diz o título desse comentário, o estado é laico, ou seja, vivemos numa democracia religiosa pelo menos no papel. E por isso quero exercer essa liberdade religiosa em todos os lugares, seja no caminho pro trabalho, seja em casa, na rua, onde for.

    Não sou obrigado a ouvir: “Você precisa orar irmã” (assim mesmo no feminino) ou “Tem que sacrificar irmã”. O ônibus é público, e como tal, deve respeitar o público. Será que o motorista acha que assim estará convertendo alguém? Até pode ser, pela técnica repetitiva da lavagem cerebral (e até nisso a liberdade não é respeitada). Quem sabe algum filho de Deus de um vereador crie uma lei proibindo essa proibição que me fazem de ir pro trabalho sem poder escolher se quero ouvir o sermão de um pastor tentando me convencer a “orar”. A paz do Senhor a todos!

  22. Felicidade que cabe

    14 de julho de 2007

    Gabriel Araujo

    Vou falar da felicidade
    A felicidade que não cabe no peito
    E abraça
    A felicidade que não cabe nos olhos
    E chora
    A felicidade que não cabe nos lábios
    E sorri
    A felicidade que não cabe na garganta
    E grita
    A felicidade que não cabe nos passos
    E salta
    A felicidade que não cabe na paixão
    E beija
    A felicidade que cabe
    E sempre

  23. Hogwarts day

    12 de julho de 2007

    A noite de ontem foi, no mínimo, diferente. Depois da aula de dança e algumas sensações estranhas, peguei o carro e fui pra Resende. Era por volta de 22 horas. Alta velocidade segura na Dutra e ao chegar, procurar o Cine Show, no micro shopping da cidade. Meu objetivo era a estréia do quinto filme da série Harry Potter. Pois é, não sou fã do bruxo, não assisti a todos os filmes, mas estava lá, na sessão pré-estréia, à meia noite, para os aficcionados. Alguém deve estar se perguntando: Mas o que faz uma pessoa que ném gosta tanto, pegar estrada, parar em Resende, para assistir Harry Potter?

    Explico. Fui o motorista e carregador de sacola (!) para meu irmão, Lucas, e um amigo, Davi, que usaram o clima de estréia do filme para divulgar um evento - no estilo congresso temático como os de animes ou jornada nas estrelas - que será realizado em Resende, dia 8 de setembro, na faculdade Dom Bosco. Meu irmão e esse amigo se vestiram de bruxos - o que eles chamam de fazer 'costume play' - para entregar os panfletos e uma carta ao estilo das que os bruxos jovens recebem no livro e filme para ingressar na escola de Hogwarts. O evento se chama Hogwarts Day.

    Inusitado. Os fãs do bruxo ficaram histéricos ao ver duas pessoas vestidas de bruxos na estréia do filme. Ótima estratégia de divulgação e delimitação de público-alvo. Duas das meninas chegaram a bater na porta do banheiro masculino onde meu irmão e o amigo terminavam de trocar de roupa para saber: "É verdade que vocês estão fantasiados?", perguntaram elas, para depois pedir uma foto com os dois bruxos. E a frenesy continuou pela noite com vários dos fãs, que por sinal esperavam desde cedo na fila para pegar o melhor lugar no cinema.

    Muito interessante. E eu me perguntei porque tanta euforia e "fanatismo" em torno de um livro com uma temática adolescente. É um desses fatos sociais, que tomam conta do mundo. Os heróis imaginários que podem tudo, e causam alento às nossas limitações. O apelo consumista da cultura de massa, indústria cultural. A tendência do ser humano de se agrupar em comunidades de interesses afins.

    Para os fãs, que estão "dentro da coisa", há várias explicações que comecei a "investigar", nesta madrugada:

    - "O livro é muito bem escrito, de forma inteligente e que prende a atenção."
    - "O Harry e seus amigos vivem situações de pessoas normais num mundo de fantasia, o que cria identificação".
    - "A fantasia sempre intrigou muita gente, desde as velhas histórias infantis."
    - "É um assunto em comum para conversar com outras pessoas que também gostam."

    Foram estas algumas das respostas que colhi. O resultado da noite foi bom. O filme é bom, apesar de algumas críticas. Gostei da experiência e aproveito pra divulgar.

    Para saber mais sobre o Hogwarts Day - que por sinal será um evento muito interessante - clique no banner abaixo:





  24. O que te faz feliz?

    10 de julho de 2007

    A Thaís Torres lançou outra corrente no blog dela, com um tema muito pessoal e difícil de sintetizar em uma resposta. Mas é um questionamento legal, que te faz pensar e vale a pena responder. Como tinha falado pra "blogueira" loura, em conversa no msn, estava em um dia feliz, então seria fácil. Vamos a resposta:

    Me faz feliz acordar numa terça-feira ir comprar o jornal O Globo e ver matéria minha assinada e com chamada na capa. A assinatura da matéria traz ainda um detalhe: "Gabriel Araujo - Especial para O Globo" (ctrl C + ctrl V da matéria logo abaixo). É um exemplo do que me faz feliz. A realização profissional que tanto buscamos.
    Me faz feliz escrever. Adoro as palavras e o efeito que elas produzem, os sinônimos e antônimos, as entrelinhas, os substantivos com força de adjetivos de um texto jornalístico. Me faz feliz, ainda, pegar o carro num dia de sol, chamar os amigos, e ir ali em Penedo, São Bento, Angra dos Reis, Rio de Janeiro e pegar uma praia, uma cachoeira. Me faz feliz nadar no mar, ver o por do sol e o luar.
    Me faz feliz a companhia da família nas festas, dos amigos, num churrasco, num barzinho ouvindo música ao vivo. Ouvir boa música. Me faz feliz também um beijo na pessoa que eu amo, quando eu amo. E quando não amo, alguns beijos de vez em quando.

    Passo a bola pra:
    Aline Rodrigues e Lígia Araujo.

    ______________________________________________
    Agora a matéria do "enviado especial", motivo da minha felicidade no dia de hoje. Foi publicada na página 22 do jornal, editoria economia, apenas na versão impressa:

    Temporão diz que quebra de patente
    de remédio antiAids foi caso específico


    Novartis gasta R$ 223 milhões para expandir fábricas em Resende e SP

    Gabriel Araujo
    Especial para O Globo

    RESENDE. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse ontem em Resende, no Sul Fluminense, para um auditório de empresários da indústria farmacêutica que a quebra de patente do medicamento Efavirenz, produzido pelo laboratório Merck Sharp & Dohme e utilizado no tratamento de Aids, foi um caso “circunscrito”. O Ministério tenta afastar a desconfiança dos empresários do setor.
    - O decreto para o licenciamento compulsório foi um caso circunscrito. O governo foi obrigado pela intransigência da empresa a tomar essa medida – reafirmou o ministro da Saúde, que participava na manhã de ontem da inauguração da expansão de duas fábricas da farmacêutica suíça Novartis – uma em Resende (RJ) e outra em Taboão da Serra (SP).
    Na expansão das fábricas, a empresa investiu R$ 223 milhões, com a expectativa de triplicar o volume de exportações até 2012. Serão criados 400 empregos diretos. A Novartis fornece aos programas do governo federal, sob patente, três medicamentos para o tratamento de hanseníase, câncer e hipertensão.
    Foi a primeira reunião de Temporão com um presidente da indústria do ramo de farmácia depois de dois meses do decreto assinado pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, permitindo aos laboratórios brasileiros a produção de um genérico do Enfavirenz. Após o encontro com o ministro, o presidente da Novartis, Daniel Vasella, foi recebido, ontem à noite, por Lula, em Brasília.
    Descartando a possibilidade de novas quebras de patente, Temporão conclamou as produtoras de remédios a investirem no país.
    - A postura do governo não é a intransigência. Venham para o Brasil e podem confiar no presidente Lula.
    A quebra de patente só aconteceu, segundo Temporão, diante da dificuldade de acordo para a redução do valor do medicamento mais utilizado para o tratamento de casos de Aids no país. Antes da assinatura do decreto, o ministério se reuniu oito vezes com executivos da empresa que não cediam em reduzir o preço do remédio ao mesmo patamar praticado em outros países. A Merck vendia o comprimido do Enfavirenz por US$ 1,59, enquanto na Tailândia o valor era US$ 0,65.
    O diretor coorporativo da Novartis, Nelson Mussolini, confirmou a preocupação do mercado farmacêutico em relação ao licenciamento compulsório. Ele criticou a quebra de patente.
    - Existe uma preocupação e acreditamos que a quebra de patente não pode ser usada de forma atabalhoada pelo governo - disse Mussolini, apontando entretanto que a legislação do país está de acordo com as definições da Organização Mundial de Saúde.
    Mussolini descartou que a atitude do governo tenha feito recuar os planos de expansão de investimentos no país.

  25. 8 de julho de 2007

    Dispensa apresentações. Um dos meus traços favoritos.

  26. Nova marca de guaraná

    5 de julho de 2007

    Chegou GuaraGay! Haha A imagem acima não é uma montagem. Acreditem. É uma nova embalegem desses energéticos à venda no mercado. Já ouviu falar em segmentação de público? Pois aí está um exemplo. O produto veio parar aqui na redação, de onde envio estes posts, por meio de um réporter-fotográfico debochado, Paulo Dimas. A moda de uma brincadeira saudável com os colegas de trabalho pegou tanto que até uma caixa do guaraná foi enconmendada.

  27. Volto a postar depois de um tempo b-largado, pra participar da mini discussão (corrente) sobre a concorrência na "blogosfera" suscitada por um blogueiro (Cudipato) no blog do Felipe Cruz. Pois bem, aí vai a resposta:

    Concordo com o blogueiro DTD quando ele afirma que o blog é pessoal, e que na verdade existe uma identificação do leitor com seu estilo de blog. Porém, o que existe sim entre os blogueiros é um "intercâmbio" de idéias, temas e recursos. Exemplifico: comecei o blog por estímulo do Felipe Cruz. Entrei no blog dele e vi alguns recursos que ele usava e alguns temas que ele discutia. Usei os recursos que gostei do blog dele e, ao mesmo tempo, queria fazer um blog diferente que não "debatesse" os mesmos dele e de tantos.

    Precisa continuar a corrente? Então passo a bola para:

    Aline Rodrigues
    Thais Torres
    Rafael Willian

  28. Entre agora(s)

    27 de junho de 2007

    Gabriel Araujo

    E agora que tudo acabou? E agora que não vejo saída? E agora que as portas estão fechadas, cerradas, lacradas? Que tudo que eu tinha saiu de mim? Todo o chão debaixo dos meus pés se retirou e só restou o vazio? E agora que não posso mais sonhar? Que os sonhos me foram arrancados quando estavam a centímetros das minhas mãos? A esperança se esvaiu com o fundo rachado da emoção?

    Por agora abrir as janelas. Por agora saber mais de mim e não saber de ninguém. Por agora extravasar as lágrimas que me obstruem a garganta. Por agora hora de gritar o grito que nunca foi ouvido. Ter coragem para enfrentar os fantasmas que me assombram. Me agarrar àquilo de bom em mim e comigo. Por agora sair dessa e enfrentar de cabeça erguida o desafio, o frio. O frio que entra pela janela aberta.

    De agora em diante tudo fica mais claro. E o sorriso já não é mais raro. E de agora em diante posso sentir de novo a brisa no meu rosto. A liberdade no meu gosto. E de agora espero, quero. Recupero o que estava perdido e encontro o novo que já estava escondido. Em diante a verdade. E a vontade de ser aquilo que puder. E como posso; tudo posso. De agora em diante, entre e fique a vontade. E mesmo se as marcas, sonhar, viver.

  29. Esse cãozinho, Elwood, foi o vencedor do concurso do Cão mais feio do Mundo, realizado na Califórnia na semana passada. "Literalmente é o cão chupando manga" - comentário de uma colega de redação.
    Liberdade de expressão para caninos e felinos E a mais nova para os cães e seus maiores inimigos, os gatos, é que o governador do Rio, Sérgio Cabral sancionou a lei que proíbe operações para eliminar o latido dos cães e o miado dos gatos. Liberdade de expressão para os cães e gatos! O meu cachorro, um pequenês meio vira-lata, chamado Luck, não precisa mais se preocupar. Ele sempre reivindica um carinho, uma saidinha do canil ou um osso.
    Leia as notícias sobre o concurso e a lei.

  30. Cupido e Psiquè

    24 de junho de 2007








    Uma das esculturas que retrata o mito Eros e Psiquê, esta obra em mármore foi feita nos anos de 1.700 pelo artista Antônio Canova, terminada por Adamo Tadolini em 1824. Atualmente é uma das obras expostas no museu do Louvre, em Paris. Fotografias tiradas por este blogueiro. A lenda é muito boa.








  31. Lanchinho

    20 de junho de 2007

    Maldade! Depois do Cafeteira (senador Epitácio Cafeteira-PTB), o novo relator do caso do senador Renan Calheiros no Conselho de Ética é o Salgado (senador Wellington Salgado-PMDB). Salgado deverá seguir a receita de Cafeteira no escândalo. Ao que tudo indica, o lanchinho do Calheiros ficará pronto logo logo - e com sabor amargo para nós brasileiros. Como diz o colunista da Folha de São Paulo, José Simão, vivemos no "país da piada pronta". Nota: Horas depois dessa postagem o Salgado saiu do cardápio (continuo minha metáfora gastronômica). O senador abandonou a relatoria diante da mudança de opinião dos deputados do Conselho de Ética sobre o caso Renan. Será que dessa vez não vamos ter pizza?

  32. Sinceridade negra

    19 de junho de 2007

    A sinceridade dos políticos é negra no “país da piada pronta”. As piadas de humor negro são aquelas que, apesar de engraçadas, dizem respeito a uma realidade nada engraçada. Como aquelas anedotas do leproso ou das crianças em países da áfrica. Pois o “país da piada pronta” fabrica não só piadas de humor negro, mas também declarações políticas de “sinceridade negra”. Nos últimos meses a verdade tem andado nua e crua na boca dos ditos nossos representantes. A última foi a da ministra-sexóloga Marta Suplicy que admitiu que a situação do caos dos aeroportos não teria jeito e que o melhor para os passageiros seria “relaxar e gozar”, disse ela, para logo em seguida tentar se desculpar. Mas pelas bandas de cá também existe muita declaração de “franqueza negra”. Semana passada na Câmara de Vereadores, em Volta Redonda, um dos parlamentares afirmou taxativo: “Não vamos pensar que existem santos nessa Casa. Enquanto olhamos o rabo dos outros, o nosso fica descoberto”. Rabo por rabo, não afirmo que todos os políticos seriam “demônios”, mas a sinceridade é negra. Na sucessão de escândalos pecuário-políticos e extra-conjugais em Brasília, mais um exemplar. O ex-deputado Roberto Jefferson - aquele do mensalão - fez uma confissão estarrecedora. Disse sobre o caso e o caso do senador Renan Calheiros com a jornalista (!) Mônica Veloso: “Pelo menos deveria ter feito vasectomia. Eu fiz”. Aliás, Bob Jefferson é pioneiro na sucessão de declarações de “sinceridade negra”. Na época do mensalão confessou ter usado R$ 4 milhões de caixa 2 em sua campanha. E quanta gente aplaudiu essa “sinceridade”, mas pelo menos dessa vez, dizer a “verdade” foi bom. O país não teve que aturar mais quatro anos do mister Bob Jeff e sua franqueza. Tem que rir pra não chorar... e acreditar porque é sincero.

  33. CD original

    12 de junho de 2007

    Nos tempos em que a música virou artigo de luxo - preços estratosféricos nos CDs e shows - comprar um CD original é raridade. Este blogueiro só compra, quando acredita valer a pena. E na semana passada comprei. "It wont be soon before long", da banda americana Maroon 5, é um CD original. Original no som, nos arranjos que misturam blues e funk transformado num pop experimental. Não é um pop redondo, daqueles com refrões que grudam nos ouvidos e acabam enjoando. É um pop cheio de ritmo, grooves empolgantes. "It wont be soon..." é daqueles CDs que reservam o melhor para o final. As duas últimas músicas são a obra prima do disco. Daquelas que dá vontade de escutar e escutar várias vezes até aprender. "Back at your door" é uma balada blues carregada no piano do segundo homem da banda, Jesse Carmichael. A letra, do vocalista Adam Lavigne, fala de alguém que foi abandonado e ainda não aceitou. "Infatuation", última do disco (faixa bônus), é o exemplar de funk, só que com beats R&B modernos. A letra é sobre paixão (infatuation). Como todo disco, que tem seus altos e baixos, o novo do Maroon não deixa por menos. Começa forte, misturando soul, funk, R & B. "If I never see your face again", "Makes me wonder" (a música de trabalho", "Little of your time" (perfeita), "Wake up call" e a balada "Won't go home without you" entoam como se o CD não fosse acabar. Mas a enxurrada de baladas que vem depois, esfria o som do disco. Não são baladas ruins, muito pelo contrário. Só que, todas juntas em seqüência, desanimam. Parecem mais do mesmo, mas não são. Belas letras, que não falam apenas de amor, marcam presença nas faixas "Nothing lasts forever", "Good night, Good night", "Not falling apart" e "Better that we break". Ótimo CD, boa pedida para quem quer comprar original. Um pouco sobre a banda O rock alternativo misturado ao blues e funk do Marron 5 foi a revelação de 2004 nos Estados Unidos e conquistou também o Brasil. O CD de estréia do Maroon, "Songs about Jane" vendeu mais de três milhões lá fora e ganhou disco de ouro nas terras tupiniquins e teve algumas de suas faixas - "This love", "Sunday morning" e "She will be loved" - figurando entre as mais tocadas nas rádios daqui. A história da banda começou no meio da década passada. O Maroon 5 é oriundo do grupo Kara’s Flowers, que existiu entre 1995 e 1999. O Kara’s era formado pelos amigos de escola Adam Levine (vocal e guitarra), Jesse Carmichael (teclado), Mickey Madden (baixo) e Ryan Dusick (bateria). O grupo alcançou sucesso em Los Angeles tocando um pop rock com soul music e lançou o álbum “The Fourth World”. Mas a banda não emplacou no resto do país e, em 1999, resolveu parar. Adam e Jesse foram para Nova York, onde começaram a ouvir bastante hip hop e R&B. De volta a Los Angeles, eles reuniram os amigos novamente para uma segunda tentativa. Chamaram mais um guitarrista, James Valentine e formaram o Maroon 5, reformulando todo o som que tocavam anteriormente. Chamaram atenção da Octone Records quando se apresentavam na Califórnia. A gravadora fechou contrato e viabilizou o primeiro disco do grupo, “Songs About Jane”, que saiu em junho de 2002. Boa parte das canções é sobre a ex-namorada de Adam Levine, Jane. Logo após o lançamento, o grupo iniciou uma série de turnês pelos Estados Unidos, abrindo shows para Sheryl Crow, John Mayer, Nikka Costa, Counting Crows e Phantom Planet. Ao todo foram 200 apresentações. A música “Harder to Breathe”, que por acaso não fala sobre Jane, entrou nas paradas musicais e foi seguida por outro hit, “This Love”.

  34. Dias assim

    9 de junho de 2007

    Gabriel Araujo

    Em dias assim
    Só te ver, te ter
    Só teus beijos, abraços, amassos
    Teus olhos, boca, perfume

    Só encontrar os amigos
    Rever os sumidos
    Conversar com os melhores
    Rir dos divertidos
    Em dias assim

    Em dias assim
    Só a coragem de mudar
    A vontade de fazer
    O ímpeto de ser
    A ousadia de ousar

    Matar a saudade
    Lembrança
    Novidade
    Em dias assim

    Dá vontade de fugir
    Se esconder
    Sumir

    Preciso, mas passa
    Em dias assim

  35. Algumas frases

    6 de junho de 2007

    Sábado pela manhã. Depois de viajar metade da madrugada iniciei o curso de comunicação empresarial em Juiz de Fora. Logo na primeira aula me deparei com um professor singular. Além da “criatividade” durante a exposição sobre teoria da comunicação, Aluízio Trinta ainda soltava algumas frases de efeito que me provocavam o pensamento. Não sei se algumas delas são citações de outros autores, ou ditos populares, mas o fato é que passei o dia de sábado as anotando. Pra não passar batido e quem sabe provocar a reflexão de mais alguém, resolvi postar algumas delas aqui. A primeira foi a minha preferida: “Os cretinos não nos fazem companhia, mas estragam a nossa solidão.” “Millôr (Fernandes) é um filósofo humorista.” (Até então, pra mim, era ‘apenas’ um grande cronista) “As emoções existem para atrapalhar.” “Sejam inovadores, docemente bárbaros.” “Cada vez mais somos ignorantes especializados.” “Gosto não se discute, se lamenta.” “Quando encontrar um bom ombro amigo, apóie-se nele, por que geralmente acima dele existe um ótimo ouvido.” “Ouse ousar.”

  36. 3 de junho de 2007

    Mais um de meus traços. Lara Croft (Tomb Raider) e Witchblade. Gibi especial com o encontro das duas heroínas.

  37. Feriado (segunda parte - final)

    31 de maio de 2007

    (primeira parte)

    Já passava das cinco da tarde quando vimos aquele homem entrando pela porteira. Nos olhou com os olhos vermelhos e se aproximou trazendo um cheiro forte que não escondia as doses de álcool que havia tomado. Ficamos ali, sem ação. Coração a mil. Suor frio. Encurralados. Carla apertou com força a mão de Leandro. Tamires ensaiou voltar. O homem enfurecido esbravejou: “O que vocês estão fazendo aqui?”. Nos olhamos por alguns segundos. Alguém tinha que inventar alguma coisa.

    – Chegamos até a praia pela água. Vimos a estrada e entramos, mas não sabíamos que era um sítio – menti com convicção. O homem não queria acreditar. Falava em chamar a polícia, mas naquele fim de mundo... Argumentávamos em vão. Pedíamos que nos deixasse passar.

    Ele trancou o cadeado. Falava em pegar uma arma. Quando deu as costas para correr até a casa, tentamos fugir. Tentativa mal sucedida. Agarrou Carla e Paola e me empurrou contra o chão. Caí. Leandro atacou. O homem era forte e também o derrubou. Arrastou as duas até a casa. Jogou-as na varanda. Quando abaixou para pegar alguma coisa num canto, foi atingido por uma pedra. Era Tamires que gritava desesperada. Não adiantou.

    O homem atacou, dessa vez já com uma faca. Foi em direção à Tamires. Consegui me levantar e dei a primeira tijolada em sua cabeça. O homem bambeou, mas conseguiu se virar. E Leandro o atingiu com uma paulada, também na cabeça. Caiu. Levantou e foi em direção à Carla. Mas Paola o empurrou.

    Bateu a cabeça no chão. Tentou levantar. Desmaiou. A queda abriu um ferimento que não estancava. O sangue no braço de Tamires, também não estancava. O corte com o facão parecia profundo. Ela chorara. Eu também. Leandro correu até Carla e a abraçou. Paola se desesperou.

    – O que vamos fazer?

    O homem não respirava mais.

    Liga pra uma ambulância. Mas o que vamos dizer? Põe ele no carro. Mas o que pode nos acontecer. Avisa a polícia. Não! Vamos fugir. Ninguém sabe que estivemos aqui.
    Deixamos o corpo, pulamos a porteira e corremos. Entramos no carro...


    – Tenho que confessar, eu também pensei em fazer a mesma coisa caso ele tentasse nos machucar! – disseram todos em coro. E a gargalhada foi geral.

    – Ia parecer aquele filme: ‘Eu sei o que vocês fizeram’, só que com outro título - ria Carla.

    – Que medo que eu senti! – dizia Tamires.

    – Eu fiquei tranqüila – mentia Paola, e todos ríamos.

    A volta pra casa foi mais rápida. O alívio que sentíamos, pelo susto que passamos, nos fazia esquecer do tempo. Tínhamos conseguido enganar aquele homem. Francisco, seu nome, era forte sim, mas estava tão bêbado que não conseguiria segurar um canivete. Era o caseiro, e apesar de realmente ter nos ameaçado, trancado o cadeado, segurado nossos braços, tentado nos levar para a casa do sítio para tomar um café, não fez nenhum mal. O alívio foi instantâneo no momento em que abriu aquela porteira. Ainda nos levou até o carro, estacionado depois da ponte. Contou alguns de seus feitios, inclusive sobre um vizinho a quem tinha matado com a tal arma. Pensei comigo: “O que não podemos fazer quando estamos ameaçados...”

    E partimos, para nunca mais voltar. Ou quem sabe na próxima semana santa. Afinal: ‘Eu ainda sei o que vocês fizeram na semana santa passada’.

    por Gabriel Araujo

  38. Feriado (primeira parte)

    29 de maio de 2007

    Num lugarejo, desses com uma rua, uma praça, uma igreja, dois bares, algumas casas e muito mato, um grupo de cinco amigos foi passar o feriado da semana santa. Era a Serra do Grotão.

    Leandro e sua namorada Carla, Paola, Tamires e eu. A casa era da família de Carla. Tinha piscina, mas o frio que fazia desanimava qualquer um, de qualquer tentativa de um mergulho. Mesmo assim, a idéia era conhecer as famosas cachoeiras que haviam por ali.


    E no segundo dia do feriadão fomos, de carro, seguindo por uma estrada de chão batido até o lugar tão conhecido: cachoeira da Neblina. A estrada estreita, perigosa; o tempo nublado, ameaçando chover; o frio ameno; mas o ânimo de fazer algo naquele lugar sem muitas opções. No mínimo tirar umas fotos pra levar pra casa e mostrar pros amigos.

    Lugar lindo, do jeito que falavam. Paola tinha levado uma garrafa de vinho pra tomarmos. Queda vertiginosa. A força da água batendo nas pedras formava a neblina. Não dava para entrar na água. Depois de beber o vinho em copo descartável, queríamos explorar.

    – Vamos descer e ver um lugar pra gente nadar, Miguel – propôs-me Leandro. As meninas não queriam nadar. Estava realmente frio. Descemos de carro e avistamos uma ponte. Do outro lado a estrada continuava e, dentro do rio que se formava aos pés da Neblina, uma praia – um banco de areia.

    A única forma de chegar até o lugar era por uma porteira. Leandro e Tamires foram à frente. Tínhamos medo de aquela praia ter dono, igual às de Angra dos Reis, cercadas por aqueles condomínios fechados. Eles chegaram até lá e deram o sinal. Tudo tranqüilo. A praia tinha dono, mas o dono não estava em casa. E como tinha deixado o cadeado da porteira aberto, qual seria o problema?

    Entramos e nadamos. As meninas não. Quando a hora já avançava resolvemos ir embora. Voltamos pelo mesmo caminho, em meio a um pequeno milharal.

    Naquele momento a história começava a mudar. O que era pra ser apenas mais um feriado, estava prestes a se tornar o inesperado.

    (continua...)

  39. Fumaça

    28 de maio de 2007


    Cachoeira da Fumaça - Quatis

    .


    Cenário perfeito. Pedras, água, floresta e a Ferrovia.

    Lugar que conheci no feriado da última semana santa, em abril.

  40. O mundo é “bão”

    22 de maio de 2007

    - Tinha que dar é um pedaço de terra pra esse povo plantar. Duvido se desse um pedaço de terra, que esses homens que ficam pedindo as coisas iam querer trabalhar. Na terra tem tudo que a gente precisa. Não precisa ficar pedindo – é mais ou menos com essas palavras que esse homem, Sebastião, Tião, Tão expressa sua idéia revolucionária de um 'socialismo-agrário', meio MST. Ele nem sabe o que significa o socialismo ou a sigla do movimento da bandeira vermelha. Mas tem a sabedoria de poucos. A sabedoria que não se aprende em livros, mas que nasce da vida sofrida, da biografia vivida.

    E eu fico ali concordando meio boquiaberto, meio impressionado, meio discordando, completamente admirado. E o Tão fala, mais uma vez, com a experiência de quem “segurou na mão de Nossa Senhora” várias vezes:

    - Em primeiro lugar a devoção, em segundo a obrigação, em terceiro a diversão. Primeiro lugar é Deus, Gabié! – diz me chamando pelo apelido, e dá aquela risada abafada de quem sabe que caso a ordem for invertida, a probabilidade de dar errado é grande. E eu ali concordando, duvidando, aprendendo.

    E o Sebastião, com a franqueza matuta de quem sabe que a verdade tem que ser dita, com a língua solta mesmo, me faz rir. Rir quando fala em alto e bom som: “Fiédaputa! Diabo sô. Essa porra”. E eu ali, rindo. Pois é, Tião sabe o gosto de dizer um palavrão bem dito na hora certa. Sabe também dar os apelidos certos, só de olhar pra sua cara: “Palito, Tuca, Gabié, Patinho, Frango...”, só pra citar alguns.

    É incansável. Só vai parar quando a vida disser: - Chega! Já deu sua contribuição única pro mundo. E ele vai olhar pra trás, com a humildade espontânea de quem não sabe o que é orgulho: “Eu fiz o que deu pra fazer. Se ficou bão ou não. É vocês que tem que dizer”.


    Homenagem pra meu avô, Sebastião, 92 anos, que acaba de superar mais uma e surpreender a todos saindo de um coma e se recuperando cada dia mais.


    Por que o Sol saiu
    Por que seu dente caiu
    Por que essa flor se abriu
    Por que iremos viajar no verão
    Por que aqui o mundo não será cão

    O mundo é bão, Sebastião
    O mundo é teu, Sebastião


    (trecho da música O mundo é bão, Sebastião, Nando Reis)

  41. Traços

    17 de maio de 2007


    Começo a postar aqui alguns dos meus traços. Desenhos, ou cópias de desenhos de outros, que faço desde os, mais ou menos, 10 anos. Esta é uma cópia a mão livre de um do Gen 13, um dos HQ's que costumava ler. Enjoy!


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  42. Sem perder a "piada"

    16 de maio de 2007

    A capa do jornal EXTRA de hoje (dia 16 de maio) não perdeu a piada. A manchete: "Casal gay ganha direito a pensão", sobre a aprovação na Alerj do projeto do governador Sérgio Cabral criando pensão para companheiros de servidores homossexuais, foi publicada na página 24.

  43. (...) Sem palavras

    15 de maio de 2007

    Agora entendo porque minha mãe dizia pra eu "regar" as plantinhas. _________________________________ Australiano passa 12 dias submerso respirando oxigênio à base de algas e xixi Já ouviu falar em agricultura de subsistência? Pois o cientista marinho Lloyd Godson deu um novo sentido à expressão tão cara às ciências econômicas ao passar quase duas semanas submerso respirando o oxigênio produzido por algas embebidas em seu próprio xixi. Aos 27 anos, Lloyde autodenomina-se "louco". Foram 12 dias dentro de uma cápsula de aço com apenas 9 metros quadrados, apenas para demonstrar como um sistema ecológico fechado pode funcionar. "Achei que fosse sair mais louco do que saí no final", disse ele, depois do experimento, devidamente assistido por psicólogos. O teste do sistema, desenvolvido por israelenses, foi financiado pela revista Australian Geographic. Os resultados da pesquisa podem vir a ajudar no planejamento de missões espaciais e subaquáticas de longo prazo. Por reconhecer a importância do xixi na produção de oxigênio de subsistência, a partir de hoje do editor do UOL Tablóide só vai usar a descarga quando fizer o número dois. Publicado no Uol Tablóide.

  44. Mude

    12 de maio de 2007

    Edson Marques
    Mude.
    Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
    Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
    Mais tarde, mude de mesa.
    Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
    Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
    Tome outros ônibus.
    Mude por uns tempos o estilo das roupas.
    Dê os teus sapatos velhos.
    Procure andar descalçoalguns dias.
    Tire uma tarde inteira pra passear livremente napraia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
    Veja o mundo de outras perspectivas.
    Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
    Durma do outro lado da cama...depois, procure dormir em outras camas.
    Assista a outros programas de TV, compre outrosjornais... leia outros livros.
    Viva outros romances.
    Não faça do hábito um estilo de vida.
    Ame a novidade.
    Durma mais tarde.
    Durma mais cedo.
    Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
    Corrija a postura.
    Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
    Tente o novo todo dia,o novo lado, o novo método, o novo sabor, o novojeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida.
    Tente.
    Busque novos amigos.
    Tente novos amores.
    Faça novas relações.
    Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outrapadaria.
    Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
    Escolha outro mercado... outra marca de sabonete,outro creme dental...tome banho em novos horários.
    Use canetas de outras cores
    Vá passear em outros lugares.
    Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
    Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escrevas outraspoesias.
    Jogue fora os velhos relógios,quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
    Abra conta em outro banco.
    Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outrosteatros, visite novos museus.
    Mude.
    Lembre-se que a vida é uma só.
    E pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, maisprazeroso, mais digno, mais humano.
    Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
    Seja criativo.
    E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
    Experimente coisas novas.
    Troque novamente.
    Mude, de novo.
    Experimente outra vez.
    Você certamente conhecerá coisas melhorese coisas piores do que as já conhecidas.
    Mas não é isso o que importa.
    O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
    Só o que está morto não muda!
    _________________________________

  45. Gabriel Araujo

    Teoria da conspiração? Com certeza não. Enquanto o papa Bento XVI inicia sua visita ao Brasil, os deputados federais votaram e aprovaram o próprio aumento salarial, do presidente da república e dos ministros. Aproveitaram que a opinião pública está toda voltada para a visita do pontífice, e enfiaram goela a baixo do brasileiro um reajuste que vai custar míseros R$ 610 milhões aos nossos bolsos. Tadinhos, os deputados ganhavam muito pouco mesmo, apenas R$ 12.847, agora ganham o justo salário de R$ 16.512,19, fora os R$ 15 mil da verba de gabinente. O presidente também, que tinha R$ 8.885, e passa agora a R$ 11.420. Os deputados até tentaram votar o aumento na semana passada, mas adiaram, estrategicamente, a discussão.

    Agora, falando sobre a visita do papa, temos que concordar: Bento XVI não é pop. Não veremos o sumo pontífice beijando o chão do Brasil ao descer do avião, como fez João Paulo II em sua primeira visita. No máximo um sorriso torto e um aperto de mão no presidente. Não ouviremos em seu discurso piadas como: "Se Deus é brasileiro, o papa é carioca" (JP II). Provavelmente não veremos o sumo pontífice ganhar um abraço caloroso de uma cantora peituda, como fez Fafá de Belém, no Maracanã. Não veremos entoar: "A benção João de Deus", no máximo um "Bendito o que vem em nome do senhor".

    Veremos sim, o papa firmar posições. Posições sobre o aborto, como já fez em seu primeiro discurso. Posições sobre o divórcio, união homossexual, avanço das igrejas pentecostais, entre outros polêmicos. Este papa não é pop e não tem pretensão de ser. Isso é bom ou ruim? Não sei, é assunto para outra postagem. Mas que as lentes das câmeras de TV e fotografia gostariam de um JP III isso não há dúvidas.