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  1. tudo é olhar

    16 de novembro de 2007

    Tudo é olhar...


    não te amo mais

    estarei mentindo dizendo que

    ainda te quero como sempre

    tenho certeza que

    nada foi em vão.

    sinto dentro de mim que

    você não significa nada

    não poderia dizer jamais que

    alimento um grande amor

    sinto cada vez mais que

    já te esqueci!

    e jamais usarei a frase

    eu te amo!

    sinto, mas tenho que dizer

    verdade

    é tarde demais...



    Texto atribuído à Clarice Lispector, (vai saber, não é mesmo) aparentemente como outro qualquer. Mas como tudo é olhar, tente ver de outro jeito (dica? leia de baixo para cima).


    Como nada se cria, abaixo, letra de música da Paula Toller que segue mais ou menos a mesma linha:




  2. Jornalista chato

    7 de novembro de 2007

    Uma vez disse a uma amiga jornalista que postaria neste blog fatos, acontecimentos, textos e outras coisas que valessem a pena dividir com quem está aí, dos outros lados da rede. Parece que o jornalismo está na alma de quem é jornalista. Por isso ‘ele’ não agüenta: precisa saber além do que o que está aparente. E foi isso que aconteceu num desses últimos feriados em Angra dos Reis, mais especificamente na praia Residencial.

    Uma aglomeração de pessoas à distância. E, entre os amigos, só este blogueiro interessado em saber qual era a ‘tragédia’ (sim, porque aglomeração de pessoas só pode ser duas coisas: distribuição de brindes e tragédia). E lá fui eu pra ver de perto.

    Salvamento de uma vítima de afogamento. O dia estava chuvoso e o mar perigoso. Era um homem de cerca de 40 anos recobrando a consciência. O jornalista aqui foi logo chegando mais perto e ouviu “sem querer” do salva-vidas: “Se demorasse mais três minutos para resgatá-lo ele não sobreviveria”.

    Não contente, cheguei mais perto. Perguntei pra um e pra outro curioso. Fui informado de que ele e o filho estavam no mar na hora do afogamento. Mas onde estava o filho? Será que havia se afogado?

    O mais interessante dessa história “baseada em fatos reais” vem agora. O homem recobrou a consciência, mas ainda meio atordoado, começou a perguntar pelo filho. O filho chegou e passou a mão na cabeça do pai perguntando se estava tudo bem. Os bombeiros levaram o homem e eu cheguei mais perto. Perguntei ao filho (que aparentava ter 17 anos) o que havia acontecido. Ele contou uma história que balançaria a isenção objetiva de qualquer repórter.

    Os dois estavam no mar e ficaram presos pela maré. O pai havia conseguido sair mas o filho não. Então ele voltou para tentar salvar o jovem e acabou desaparecendo na água, enquanto o filho conseguiu sair e chamar ajuda.

    No meio dessa confusão toda, o filho foi embora acompanhar o pai e eu ouvi a sentença que dá título a essa postagem: “Jornalista chato!”, da boca de uma pessoa que eu arrastei para a aglomeração com a minha curiosidade. Adorei ouvir aquilo. Me fez perceber que, apesar de temporariamente distante da profissão, ela ainda está aqui, na alma. “Jornalista chato”, com muito orgulho. Algumas falhas na apuração, mas fazer o que... Mais algum chato por aí?