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  1. 2º lugar - Hoje é dia de Maria

    18 de agosto de 2011

    Hoje é dia do talento “genético” dessa cantora que parece ter notas musicais ao invés de substâncias químicas em seu DNA. Hoje é dia da minha simpatia, quase amor, por essa grande intérprete da nossa música.

    Já devem ter sacado das entrelinhas que falo de Maria Rita. A pequena Maria Rita, com voz de gigante, que passou por cima de preconceitos de alguns sobre sua filiação e semelhança natural com a mãe Elis Regina. Pseudo-críticos que quiseram depreciar o talento da moça com comparações de que “ela não canta como Elis”, “ela tenta imitar a mãe”.

    Até posso entender essas afirmações, uma vez que sempre tentamos preencher o espaço deixado por artistas que nos atordoam vez ou outra com talento e força incomparáveis.

    Maria provou, no entanto, que veio pra fazer a diferença e ocupar um espaço que é só dela. A herança musical dos pais da moça - o pai, César Camargo Mariano, também é músico - deve ter ajudado, mas principalmente no despertar da sensibilidade musical que pode ser estimulada pelo ambiente no qual a pessoa vive ou viveu.

    Mas o talento, o dom que vem não sabemos de onde, Rita tem e é só dela. Voz, carisma, simpatia, beleza ao mesmo tempo simples e estonteante, timbres, musicalidade no corpo (assistam ao DVD Samba Meu para saber do que estou falando!).

    Maria Rita canta novos e velhos compositores. De Rita Lee à Marcelo Camelo, de Milton Nascimento à Moska, ela faz bonito sempre que abre a boca diante de um microfone. Surpreendeu ao soar tão bem em experiências musicais inovadoras, como as cheias de referências de diferentes estilos de Marcelo Falcão e a banda O Rappa.

    Encantou quando cantou sambas de todas as épocas em seus trabalhos mais recentes. Contribuindo para desbancar um pouco o preconceito que ainda persiste em excluir da mpb compositores sambistas talentosos da nossa MPB como Arlindo Cruz, entre outros.

    À Maria Rita minha homenagem rasgada de elogios.




    Num corpo só
    Picolé/Arlindo Cruz

    Eu tentei, mas não deu pra ficar sem você
    Enjoei de tentar
    Me cansei de querer encontrar
    Um amor pra assumir seu lugar

    É muito pouco,
    Venha alegrar o meu mundo que anda vazio, vazio
    Me deixa louco
    É só beijar tua boca que eu me arrepio,
    Arrepio, arrepio

    E o pior
    É que você não sabe que eu
    Sempre te amei
    Pra falar a verdade eu também
    Nem sei
    Quantas vezes eu sonhei juntar
    Teu corpo, meu corpo
    Num corpo só


    Vem!
    Se tiver acompanhada, esquece e vem
    Se tiver hora marcada, esquece e vem
    Vem!
    Venha ver a madrugada e o sol que vem
    Que uma noite não é nada, meu bem

  2. O jovem jornalista não tinha nada melhor pra fazer naquela noite fria de meados de 2009, em Juiz de Fora (MG). Fora a boa aula de um professor da pós sobre ferramentas de marketing, por aquele dia não havia passado nada de interessante e parecia que terminaria assim, sem mais. Assim que foi convidado por um grupo de amigos jornalistas do curso pra ir até um show que aconteceria no pátio central do campus da Universidade aceitou de pronto.

    Pronto para ouvir músicas que não conhecia e tomar umas cervejas enquanto trocava idéias com os colegas até a noite acabar e a madrugada chegar. Acabou chegando mais perto do palco para ver, admirado, a apresentação daquela nova trupe. Admirável novidade foi a poesia que entrou em seus ouvidos em forma de notas musicais, malabarismos, acrobacias em uma encenação mágica e teatral.

    O Teatro Mágico declamava suas músicas que pra ele se tornaram hinos de um momento ímpar na sua vida. Vital e momentaneamente tudo fazia muito sentido ao ouvir as letras de Anitelli que parecia que haviam sido escritas por ele (as músicas que ele queria ter escrito estavam ali, se poeta fosse). Não fosse a trupe do TM talvez não tivesse começado a se interessar por sons diversos que hoje divertem seus ouvidos.

    Inadvertidamente, fazia toda a diferença estar ali naquele momento, num dia que até então seria tão corriqueiro, mas que acabou deixando sua marca. Deixo vocês com o 3º lugar na minha lista de músicas pra dividir, aguardando o próximo ato deste espetáculo que já está por vir.



    O que se perde enquanto os olhos piscam

    O Teatro Mágico

    Pronde vai?
    Toda tampa de caneta?
    Todo recibo de estacionamento?
    Todo documento original?
    Isqueiro, caderneta,
    A camiseta com aquele sinal...
    Pronde vai... toda palheta?
    Pronde foi... todo nosso carnaval?
    Pronde vai?
    Todo abridor de lata?
    Toda carteira de habilitação?
    Recado não dado, centavo, cadeado?
    Todo guarda-chuva!
    Pra fuga pro temporal!
    Pronde vai... o achado, o perdido?
    Eu não sei, veja bem...
    Não me leve a mal...
    Pronde vai?
    Todo outro pé de meia,
    Carteira, brinco e aparelho dental?
    Pronde vai... toda diadema?
    Recibo, receita e o nosso enredo inicial?
    Pronde vai?
    Toalha de acampamento,
    Presilha, grampo, batom de cacau
    Elástico de cabelo
    Lápis, óculos, clips, lente de contato?
    A nossa má memória!
    A denúncia no jornal?
    Pronde vai... aliança, chaveiro, chave, chinelo?
    E o controle pra trocar canal
    Pronde vai?
    O solo que não foi escrito?
    Labareda nesse labirinto,
    O instinto, o reflexo, sem seguro
    O coro do socorro! o lançamento oficial!
    Pronde vai... a culpa da cópia?
    Pronde foi... a versão original!?
    Pronde vai?
    A bala que se disparô?
    O indício do vício que disseminou
    A busca do corpo por algo vital?
    A firmação do pulso! o discurso radical!
    O troco em moeda... a lição da queda
    Pronde foi... nosso humor e moral?
    Pronde vai? todo nosso desalento
    Morre brisa nasce vendaval
    Pronde vai a reza vencida pelo sono
    Ela vale? me fale... me de um sinal!

    São Longuinho
    Me fale me de um sinal!

    Pra onde foi?
    O canhoto, benjamim de tomada
    Simpleza, prudência, clareza... consideração!
    Autenticidade, compaixão, certeza... o perdão
    A urgência, carrega a dor de bateria,
    O extrato, a ponta, a conta nova, a cola e a extensão,
    O estímulo,o exemplo, a voz dissonante...
    A coragem do meu coração!

    São Longuinho, são Longuinho
    Me fale me dê um sinal!
    São Longuinho, são Longuinho
    Pra onde foi?
    A coragem do meu coração!