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  1. BAMBAS Comemoração se estende até sábado, quando saem os trens da Central do Brasil com destino a Oswaldo Cruz

    A semana é de celebração para o samba. Desde a segunda-feira, dia 2 de dezembro, quando é comemorado o Dia Nacional do Samba, o bairro de Oswaldo Cruz, na zona Norte do Rio de Janeiro, virou o destino do mais genuinamente brasileiro estilo musical. A extensa programação do Trem do Samba vai até o sábado, dia 7, com shows de "bambas", rodas de samba, e apresentações de agremiações carnavalescas.

    Este ano, os trens especiais saem no último dia do evento com destino ao reduto do samba, momento considerado o auge da festa. Quatro trens e 32 carros da SuperVia estão reservados para levar o público ao bairro. Em sua 18ª edição, o Trem do Samba deve reunir mais de 400 mil pessoas.

    "São mais de 50 shows gratuitos num evento que pretende fazer as pessoas entrarem em contato com a ancestralidade, esta essência cultural que faz parte do repertório de todo brasileiro", afirma Marquinhos Oswaldo Cruz, sambista idealizador do Trem do Samba.

    A programação começa às 15 horas no sábado, com as apresentações da Velha Guarda das escolas de samba Mangueira, Salgueiro e Vila Isabel. Lá os passageiros poderão trocar sua passagem por um quilo de alimento não perecível e seguir destino à Zona Norte, onde os shows e rodas de samba acontecem.

    A semana começou com um "flashmob" na Central do Brasil, que serviu como convite para que o carioca embarcasse no trem, na segunda-feira. Dançarinos caracterizavam algumas das facetas dos cariocas: um servidor da Comlurb, um bombeiro, um malandro, uma passista, entre outros. Eles mobilizaram muitos dos passageiros que estavam na Central para sambar.

    No mesmo dia, aconteceu o lançamento da música "2 de Dezembro", de Marquinhos Oswaldo Cruz e Serginho Procópio, uma alusão à data, cuja comemoração teve origem na Bahia. O dia em que é rememorada a primeira visita de Ary Barroso à Salvador, foi nacionalizado e hoje é celebrado em todo o país.

    Em Oswaldo Cruz, a semana começou com shows de Almir Guineto, Leandro Fregonesi e Rodrigo Carvalho, no palco que leva o nome do sambista Candeia. A programação terá, até sábado, shows de Jorge Aragão, Martnália, Ana Costa, Sombrinha, Casuarina, Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz, Moacyr Luz e Paulinho da Viola, entre outros.



    Fotos: Divulgação

    Aplicativo para celular com programação do Trem do Samba

    TENDA DO SABER Filmes e palestras sobre cultura negra

    Em que pese a tradição a que o samba remete, a modernidade também está presente no Trem do Samba. Este ano, os usuários de smartphones com sistema operacional iOS e Android poderão fazer download gratuito do aplicativo iTremdoSamba que servirá como guia de bolso do projeto.

    Entre as funcionalidades do aplicativo estão a possibilidade do usuário definir sua agenda com a seleção de shows favoritos, o mapa de Oswaldo Cruz por pontos de interesse entre palcos, rodas de samba e Tenda do Saber e a possibilidade de compartilhar fotos e comentários via redes sociais Facebook e Twitter.

    Outra novidade é a Tenda do Saber que, durante a semana toda, levará filmes e palestras sobre o gênero musical e a cultura negra brasileira. A programação de todos os palcos, rodas de samba e vagões do Trem do Samba está disponível no site www.tremdosamba.com.


    Marquinhos Oswaldo Cruz refaz viagem de Paulo da Portela

    ROTA DE FUGA Samba era perseguido no início do século XX

    A primeira viagem, do que hoje se conhece como o Trem do Samba, aconteceu em 1991, ainda com o nome de Pagode do Trem. Foi Marquinhos Oswaldo Cruz, por influência da convivência com sambistas como Manacéia e Argemiro, da Portela, que resolveu fazer a viagem de trem que hoje se tornou um dos maiores festivais populares do país.

    "A idéia inicial era chamar a atenção da população de Oswaldo Cruz para a riqueza cultural daquele bairro. É um patrimônio formado há séculos que não pode se perder", enfatiza o músico.

    Sem querer ele acabou reproduzindo os passos de Paulo Benjamin de Oliveira, mais conhecido como Paulo da Portela que, no início do século XX, começou a tradição do samba nas viagens de trem. O sambista, que é um dos fundadores da escola de samba Portela, utilizava os trens como estratégia para escapar da perseguição que sofria esta manifestação cultural à época.

    Serviço

    Trem do Samba
    Local: Central do Brasil
    Quanto: Um quilo de alimento não perecível
    Quando: Até sábado

    *Publicada no jornal Brasil de Fato, Edição de 5 a 11 de Dezembro de 2013.

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