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  1. Desde que me entendo por gente, o mundo vai acabar. De onde vem esta curiosidade do ser humano por querer saber, prever e antever o tão aguardado fim do mundo? Provavelmente de resquícios de superstição que ainda cismam em perpetuar, mesmo quando tudo parece tão fácil de explicar cientificamente. 

    Dava até pra entender lá atrás, quando a humanidade se resumia a comunidades tribais e não entendia muito bem os fenômenos naturais. Ou depois que se reuniu em feudos, depois burgos, depois cidades, quando era ameaçada por doenças desconhecidas, pestes que se alastravam sem qualquer lógica compreensível.

    Hoje em dia, porém, acredito ser algo residual que acaba virando motivo pra alguma piada ou reportagem na sessão de “comportamento” do jornal. Mesmo assim (não) teve o 'Bug do Milênio', a previsão de Nostradamus, e outras mais...

    Sempre assisti a filmes com esta temática e confesso que, vez ou outra, vem um pesadelo com imagens cinematográficas que afloram direto do meu subconsciente para perturbar meu sono. Explosões, guerras nucleares, maremotos, terremotos, extraterrestres com armas superpotentes capazes de detonar a frágil crosta terrestre, doenças desconhecidas com poder de se alastrar em tempo recorde, ou o próprio anticristo em pessoa subindo das profundezas pra destruir tudo numa batalha celestial. A imaginação dos cineastas é infinita, verdade.

    E como a imprevisibilidade é uma certeza científica tão grande quanto a ordem natural dos fenômenos, sempre existirá uma possibilidade, ainda que remota e sem conexão com alguma previsão espetacular. Os pesquisadores especialistas estimam em anos o prazo de validade do universo. Algo em torno de 5 bilhões, provavelmente por conta de alguma tempestade solar devastadora (não me perguntem se esta seria capaz de acabar com o universo todo, também fiquei intrigado e duvidando quando li esta informação!).

    A possibilidade de a vida humana se tornar insustentável, pra usar o termo da moda, também já é alarmada aos quatro cantos do planeta por cientistas que acompanham as mudanças climáticas. Seria uma destruição de longo prazo, mas que necessitaria de transformações atuais dos meios de vida e de produção. Parece existir um ponto crítico, em que a derrocada do planeta seria irreversível. Não apenas por ameaças naturais, mas ao mesmo tempo por conta de um colapso nas relações entre as nações, o que poderia detonar alguma guerra de proporções globais.

    Se é pra escolher, eu fico com esta segunda hipótese. Até porque, é muito egocêntrico por parte do ser humano imaginar que uma civilização antiga (neste caso atual, os Maias) pudesse ter previsto o fim, se estamos em um universo infinito e mal conhecemos direito o nosso próprio sistema solar. Nós, humanidade que somos, estamos precisando repensar nossas atitudes em relação ao planeta e em relação uns aos outros. Por mais simples e piegas que está afirmação possa parecer. Como já disse por aqui este ano, respaldado por especialistas que deram até algumas dicas práticas (e por isso não vou ficar me estendendo), estamos precisando repensar as formas de relações humanas e com o planeta. 


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