Na verdade, na verdade, o processo já estava acontecendo fazia tempo, mas como estávamos no meio dele, tomados por ele, ocupados com todas as demandas com as quais este bendito processo nos confronta, não percebíamos.
E quando cai a ficha parece que fomos atropelados por uma enxurrada daquelas que derrubam o barraco construído na frágil encosta que somos. Ou então, que estamos dentro de uma panela de pressão, a todo vapor, prestes a ebolir.
Se essas metáforas pudessem traduzir o que sentimos talvez nos sentíssemos mais serenos diante da tempestade; mais ‘sereno’ e menos ‘tempestade’. Pensamos, tentamos achar palavras* pros nossos sentimentos. Mas tudo é pouco, e nada diz realmente aquilo que passamos.
Estamos sempre mudando, é verdade. Mas vez ou outra essa transição é dolorosa. Pegando carona no texto de uma colega blogueira, crescer dói. E sempre que nos deparamos com a necessidade natural e obrigatória de crescer, sentimos como se fosse uma violenta imposição do universo.
A frase de Nietzsche serve apenas pra explicar nossa condição. Seria mesmo o homem uma eterna transição?
“A grandeza do homem consiste em que ele é uma ponte e não um fim; o que nos pode agradar no homem é ele ser transição e queda”.
E que vontade de resistir e não ir adiante. Frear o processo de queda vertiginosa. Como se pudéssemos escolher...
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