INTERVENÇÃO URBANA Roda de samba comemora dois anos de resistência
cultural no coração do Rio
A expressão "Resistência Cultural" está presente na arte
gráfica criada para simbolizar a roda de samba que acontece todo o segundo
sábado do mês no Castelo, Centro do Rio. A ocupação cultural do Samba do
Castelo está comemorando dois anos em 2014, com a intenção de proporcionar
acesso gratuito a arte e a música.
Mais do que uma roda de samba, o evento tem ares de intervenção numa das
regiões mais significativas para a história urbanística do Rio de Janeiro. Ali
ficava localizado o morro do Castelo, removido no início do século passado para
dar lugar aos largos, avenidas e edifícios que agora formam o Centro.
Enquanto rola o samba, são projetadas na parede de um dos edifícios da
Avenida Churchil imagens que representam parte da história e da identidade
carioca. A lateral do prédio vira um telão onde os filmetes ajudam a compor o
cenário dessa reinvenção do espaço público.
"As imagens conversam com o que está se passando na roda de samba
naquele momento. Se estão tocando sambas de compositores da Mangueira, aparecem
imagens do morro, da escola de samba. Quando tocam João Nogueira, a imagem do
músico também é projetada", exemplifica Rodrigo Furtado, o publicitário
que edita os vídeos e acumula também as funções de produtor do evento e DJ nos
intervalos.
A Fotografia também está presente. Ierê Ferreira, fotógrafo que há anos captura
imagens da cultura afro-brasileira, expõe e vende suas fotografias no local.
O Samba do Castelo é divulgado pelas redes sociais e conta com a
parceria do bar São Quim, que abriu espaço para a roda. São servidos petiscos e
bebidas e o aluguel de mesa com quatro cadeiras, apenas para quem quiser, é de
R$ 15.
Fotos: Divulgação/Paula Chaves
Passeio pelo samba
Para Makley Matos, percussionista e vocalista que comanda a roda, tocar
no Centro Histórico do Rio é significativo. "Tocamos neste lugar onde, no
passado, haviam cortiços, morros. Foi com certeza um celeiro de bambas",
afirma.
O repertório da roda passeia por diversas vertentes do samba
tradicional. Canções de Cartola, Paulo Cesar Pinheiro, Wilson Moreira dividem
espaço com sambas de Martinho da Vila, Moacyr Luz, Elton Medeiros, Hermínio
Bello de Carvalho, entre outros.
As canjas são corriqueiras e há espaço para a mistura de samba com
estilos como o hip hop, por exemplo.
Acompanham a roda os músicos Jorge Alexandre, Fabrício Reis, Marcos
Antonio Alcides, Rafael Rodrigues, além de músicos convidados.
Do Jazz ao Forró, eventos culturais movimentam o Castelo
OPÇÕES Jazz acontece todo terceiro sábado do mês e Forró será o próximo
estilo musical explorado
Em sua 9ª edição agendada para dia 21/6, o Jazz do Castelo já está se
consolidando como mais um espaço de difusão cultural no Centro do Rio. Rodrigo
Furtado organiza o movimento que está levando o público a conhecer o estilo
musical que, originário dos Estados Unidos, ganha contornos brasileiros nas
mãos do Trio Guga Pellicciotti.
O grupo, formado pelo baterista Guga Pellicciotti, o tecladista João
Braga, e o baixista Rômulo Duarte, recebe a cada mês outros músicos que
integram o nipe de metais, voz e outros instrumentos.
"Buscamos oferecer ao público uma deliciosa experiência musical
temperados de Standards do Jazz e da música brasileira passando por sessões
muito criativas marcadas pela espontaneidade e vigor", afirmam os músicos.
A intenção dos organizadores é realizar outros eventos. O Forró do
Castelo, já teve sua primeira edição, mas ainda está em fase experimental. Já
aconteceram também eventos de hip hop e mpb.
Serviço
Samba e Jazz do Castelo
Quando: Samba - todo o segundo sábado do mês
Jazz - terceiro sábado do mês
Onde: Avenida Churchill, Castelo, Centro
Preço: gratuito
*Publicado na edição 54 do Jornal Brasil de Fato, de 12 de junho.
*Publicado na edição 54 do Jornal Brasil de Fato, de 12 de junho.
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