Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro.
Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Cecília Meireles
*Poesia publicada no livro póstumo da escritora, de 1982, com trechos de textos não finalizados, alguns sem títulos, como este aí que recebeu uma numeração aleatória. Fico imaginando se ela os tivesse finalizado. A foto é deste blogueiro e foi tirada no ano de 2006, em Roma (Itália).
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