Alguns desses acústicos acabaram proporcionando encontros memoráveis que valem a pena ser citados na minha lista. Um deles é o da banda paulista Ira! com a roqueira baiana (!) Pitty. O Ira! é um grupo que definitivamente não faz a minha cabeça. Melodias muito pesadas, letras com temática urbana ao extremo e um vocalista mediano. Tem o Edgar Scandurra, que é uma exceção, com uma das melhores guitarras da música brasileira. Mas com Ira! a coisa não funciona (a banda anunciou seu fim em 2007).
Pitty é das poucas roqueiras da atualidade que conseguiram fazer sucesso no mainstream. Foi considerada por Lobão, a última cantora (até então, em 2011) com a atitude genuinamente rock ‘n’ roll. Provavelmente ele estava falando da característica “revoltadinha” da baiana que desde o início de sua carreira vem quebrando alguns paradigmas (o fato de ser uma cantora baiana é talvez o maior deles). Das letras com tom de rebeldia, como faziam os roqueiros à moda antiga. E claro, das características, digamos, físicas de uma verdadeira rockstar: maquiagem forte, roupas de tons escuros e alguns metais e tatuagens pelo corpo.
O fato é que essa música, Eu quero sempre mais, cantada junto com Pitty salva o álbum acústico do Ira! A letra é boa, a voz e interpretação da moça são ótimas, e a junção com a voz regular de Nazi soou muito bem. Fez com que essa canção figurasse entre as mais tocadas no ano de 2005 (ECAD) e até hoje bem executada em rodas de viola por aí.
Outros bons encontros saídos dos acústicos:
Rita Lee e Milton Nascimento – Mania de Você
Kid Abelha e Lenine – Na rua, na chuva, na fazenda
Gal Costa e Zeca Baleiro – Vapor barato/Flor da pele
Sandy e Júnior (!) e Marcelo Camelo – As quatro estações (nunca pensei que citaria essa dupla infantil em uma lista de boas canções, mas com a participação de Camelo o negócio funcionou muito bem)
Titãs e Fito Paez – Go Back
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