É assim que guias turísticos, recepcionistas da pousada e
alguns vendedores saudavam os turistas na viagem que fiz pra Natal há duas
semanas. E não poderia haver saudação diferente. Um dos povos mais hospitaleiros
que já conheci e, com certeza, muito preparados para lidar com o visitante.
Além disso, posso dizer sem parecer piegas ou exagerado que a capital do Rio Grande do Norte é uma das cidades que faz de fato com que o Brasil mereça a fama de “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”.
Os roteiros turísticos com aquilo que você não pode deixar
de ver, te levam a uma experiência singular. Compartilho com vocês o meu
roteiro.
Dia 1 – Pra ficar “bestificado
com a cidade”
Depois de horas nos aeroportos, entre escalas e conexões, nada
melhor do que uma caminhada à tarde pela praia de Ponta Negra. Dali você avista
o famoso Morro do Careca, uma duna que há oito anos é considerada área de
preservação ambiental e coerentemente está fechada a visitação. E à noite, comer
qualquer receita com camarão nos restaurantes da orla de Ponta Negra.
Dia 2 – Segura o
jegue! Com emoção!
É praticamente obrigatório ao visitar a capital
riograndenortense, o passeio de bugre pelas dunas e praias do litoral norte
(Genipabu). Dei a sorte de estar com “o melhor ‘bugueiro’ de Natal”, Totonho,
que há 18 anos faz passeios na região. Contando histórias curiosas e engraçadas
sobre a cidade com gírias como as que dão título a esse trecho, o ‘bugueiro’ torna
o dia ainda mais agradável. É neste passeio que os mais aventureiros podem
descer, “com emoção”, na prancha de madeira do ‘esquibunda’ e na tirolesa do
‘aerobunda’.
Obs: Já no primeiro passeio a gente descobre que guias e
bugueiros formam uma rede de colaboração com pontos comerciais como
restaurantes, feiras de artesanato, aquários e vendedores ambulantes, para onde
eles levam os turistas e são recompensados por isso. Pra se ter uma ideia fui
parar em um restaurante de frente pro mar (não tão caro e muito bom por sinal)
onde os ‘bugueiros’ já levaram até Antônio Banderas.
Dia 3 – O sotaque e o
jeito de falar do nordestino transformam qualquer piada boba em motivo para
umas boas risadas.
No pouco contato que tive com o povo de lá essa é uma
constatação que fiz. Qualquer nordestino é um comediante em potencial. Afora as
boas conversas com os nativos natalenses, fiz o passeio para a praia de
Maracajaú, onde fui levado de barco sete quilômetros mar adentro para um
mergulho em meio a corais. A sensação é de estar imerso em um grande aquário.
No fim do dia a boa pedida foi comer carne-de-sol, com feijão verde, macaxeira,
farofa e nata (em minha opinião o prato nordestino mais delicioso que já comi)
e provar sucos e caipirinhas de frutas típicas como mangaba, cajá e etc.
Dia 4 – Aprendendo a
tarrar o carangueijo
Neste dia, mais uma dica
para o mochileiro: vale a pena alugar carro e fazer alguns dos itinerários
por conta própria. Além de ficarem bem mais caros, os tours com guia são agendados
muito cedo e nada mais agradável depois de dias acordando cedo do que poder
acordar a hora que você bem quiser. Os caminhos não são difíceis e as estradas
bem conservadas. Fui de carro pra praia da Pipa, a 80 quilômetros de Natal,
onde além do maravilhoso visual, tomei uma decisão importante: nunca mais comer
caranguejo na minha vida!
Lá fui eu querer experimentar. Não sabia o que fazer com
aquela bandeja de caranguejos na minha frente. O garçom dizia: “Tem que
tarrar!”. “Hein???”. Até descobrir que a palavra significava quebrar o casco do
bicho apertando com as mãos ou com um martelinho foi-se um bom tempo. No fim
das contas, demora tanto pra tarrar e comer que você acaba ficando com mais
fome do que antes!
Dia 5 – O mais belo pôr
do sol
No nordeste tudo é perto. De um estado para o outro você vai
em 2 ou 3 horas de viagem. Por isso, decidi ir pra João Pessoa, a capital da
Paraíba. Vale a pena: conhecer o centro histórico (acompanhado por um guia),
tomar sorvete de caipirinha, comprar os divertidos livretos de literatura de
cordel, conhecer as praias e terminar o dia vendo o pôr do sol no rio Paraíba,
praia do Jacaré, município de Cabedelo (na grande João Pessoa). O espetáculo da
natureza é embalado pelo Bolero de Ravel,
tocado ao vivo de um barquinho no meio das águas por Jurandy do Sax.
Emocionante! À noite, dançar na casa de forró Rastapé, “afinal de contas
estamos em Natal”.
De volta pra casa, trouxe na bagagem muita castanha de caju
e, com certeza, uma vontade imensa de voltar pra lá qualquer dia. Se alguém
quiser contatos de pousada, guias, aluguéis de carro e restaurantes pode entrar
em contato pelo e-mail do blog.
publicado também no blog: oipreguica.com
publicado também no blog: oipreguica.com
Olá José Eduardo,
Desculpe a demora no contato. Espero que ainda possa ajudar. O bugueiro Totonho trabalhava àquela época pela Mar Azul (site: http://www.passeiodebuggy.com.br/). Nós ligamos pra lá pelos números (84) 3204-7900 / 9988-4787 e solicitamos que fosse ele o nosso bugueiro. À época ele nos cobrou R$ 80 por pessoa, mas vai depender da temporada. Fomos no início da baixa temporada.
Abraços