Uma vez disse a uma amiga jornalista que postaria neste blog fatos, acontecimentos, textos e outras coisas que valessem a pena dividir com quem está aí, dos outros lados da rede. Parece que o jornalismo está na alma de quem é jornalista. Por isso ‘ele’ não agüenta: precisa saber além do que o que está aparente. E foi isso que aconteceu num desses últimos feriados em Angra dos Reis, mais especificamente na praia Residencial.
Uma aglomeração de pessoas à distância. E, entre os amigos, só este blogueiro interessado em saber qual era a ‘tragédia’ (sim, porque aglomeração de pessoas só pode ser duas coisas: distribuição de brindes e tragédia). E lá fui eu pra ver de perto.
Salvamento de uma vítima de afogamento. O dia estava chuvoso e o mar perigoso. Era um homem de cerca de 40 anos recobrando a consciência. O jornalista aqui foi logo chegando mais perto e ouviu “sem querer” do salva-vidas: “Se demorasse mais três minutos para resgatá-lo ele não sobreviveria”.
Não contente, cheguei mais perto. Perguntei pra um e pra outro curioso. Fui informado de que ele e o filho estavam no mar na hora do afogamento. Mas onde estava o filho? Será que havia se afogado?
O mais interessante dessa história “baseada em fatos reais” vem agora. O homem recobrou a consciência, mas ainda meio atordoado, começou a perguntar pelo filho. O filho chegou e passou a mão na cabeça do pai perguntando se estava tudo bem. Os bombeiros levaram o homem e eu cheguei mais perto. Perguntei ao filho (que aparentava ter 17 anos) o que havia acontecido. Ele contou uma história que balançaria a isenção objetiva de qualquer repórter.
Os dois estavam no mar e ficaram presos pela maré. O pai havia conseguido sair mas o filho não. Então ele voltou para tentar salvar o jovem e acabou desaparecendo na água, enquanto o filho conseguiu sair e chamar ajuda.
No meio dessa confusão toda, o filho foi embora acompanhar o pai e eu ouvi a sentença que dá título a essa postagem: “Jornalista chato!”, da boca de uma pessoa que eu arrastei para a aglomeração com a minha curiosidade. Adorei ouvir aquilo. Me fez perceber que, apesar de temporariamente distante da profissão, ela ainda está aqui, na alma. “Jornalista chato”, com muito orgulho. Algumas falhas na apuração, mas fazer o que... Mais algum chato por aí?
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Jornalista chato
7 de novembro de 2007
Postado por Unknown às 15:44 | Sessões: notícias, textos | Enviar por e-mail Postar no blog! Compartilhar no X Compartilhar no Facebook | |
Adoreiiiii... uma vez jornalista, sempre jornalista... chato ou não.... aqueles que reclamam necessitam da nossa atitude chata de saber para passar adinte.. rsrsr... muito bom, aliais, o chato jornalista é um dos melhores jornalistas da região na minha opinião dessa nova geração!
bjussssss
muito sucesso na sua nova carreira
Mônica Vieira
preciso confessar: estava com saudade das matérias desse jornalista "chato"..
preciso novamente me interessar por politica.. desde suas férias que não leio ais nada sobre o assunto.. rs
bjokas par!!
Rapaz!
Fantástico o seu texto!!!
Seus escritos nos prende... Queremos ir até o fim em busca de um belo final. E depois de passar por vírgulas, pontos finais, inícios de frases, parágrafos, parênteses etc., não há decepção!
Suas conclusões te fazem alcançar ainda mais a excelência...
Jornalista chato!
Não se trata de jornalista chato. Aprendi aqui no Estadão que o que importa mesmo no jornalismo é contar boas histórias. E esta é uma delas. Jornalista não vive de furos. Vive de contar boas histórias. Quem não gosta de contar uma boa história? Ouvi uma história aqui no curso que diz o seguinte: Um senhor, numa cidade onde a rodovia atravessa a pista do aeroporto. Quando o avião ia pousar uma cancela baixava e interditava a pista. O senhor, que caminhava com seu vaquinha e sua carroça no momento exato do pouso do avião. Ele foi atropelado. A vaca morreu. A carroça foi destruída e o homem sobreviveu. Levado a um hospital ele foi medicado. A administração do aeroporto ofereceu para ele: Uma vaca nova. Uma carroça nova. E mais Mil euros pelo susto. Mas ele só receberia tudo isso com uma condição: Não contar para ninguém o ocorrido. O senhor na hora retrucou e disse: "Aí não! Se não posso contar para ninguém eu não quero nada".... ou seja, antes mesmo de ser medicado o homem já estava pensando na surreal história de ter sido atropelado por um avião. Todo mundo gosta de contar uma boa história.
Não se trata de jornalista chato. Aprendi aqui no Estadão que o que importa mesmo no jornalismo é contar boas histórias. E esta é uma delas. Jornalista não vive de furos. Vive de contar boas histórias. Quem não gosta de contar uma boa história? Ouvi uma história aqui no curso que diz o seguinte: Um senhor, numa cidade onde a rodovia atravessa a pista do aeroporto. Quando o avião ia pousar uma cancela baixava e interditava a pista. O senhor, que caminhava com seu vaquinha e sua carroça no momento exato do pouso do avião. Ele foi atropelado. A vaca morreu. A carroça foi destruída e o homem sobreviveu. Levado a um hospital ele foi medicado. A administração do aeroporto ofereceu para ele: Uma vaca nova. Uma carroça nova. E mais Mil euros pelo susto. Mas ele só receberia tudo isso com uma condição: Não contar para ninguém o ocorrido. O senhor na hora retrucou e disse: "Aí não! Se não posso contar para ninguém eu não quero nada".... ou seja, antes mesmo de ser medicado o homem já estava pensando na surreal história de ter sido atropelado por um avião. Todo mundo gosta de contar uma boa história.
haha
quem foi a pessoa q vc arrastou pra aglomeração?