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  1. Alguns quereres

    28 de abril de 2012

    Quero justiça, alegria e quero paz,
    Mas com direitos iguais, como já disse Tosh
    E quero mais que um milhão de amigos do RC
    Ser como Luís e suas maravilhas do mundo quero comer
    Quero me esconder debaixo da saia da minha amada
    Como Martinho da Vila, em ancestral batucada
    Eu quero é botar meu bloco na rua, qual Sampaio
    Quero o sossego de Tim Maia olhando um céu azul de maio
    Eu quero é mel, como cantou Melodia
    Quero enrolar-me em teus cabelos
    Como disse Wando à moça um dia
    Quero ficar no teu corpo, como Chico em Tatuagem
    E quero morrer com os bambas de Ataulfo bem mais tarde
    Só que bem mais tarde
    Eu quero ir pra ver Irene rir, como escreveu Veloso!

    *Trecho da música "No Braseiro" de Pedro Luís (gravada por Roberta Sá) com várias referências a trechos musicais famosos.

  2. “Intolero” a intolerância

    19 de abril de 2012


    Escolhi começar o post com este neologismo contraditório barato pra poder ser o mais claro possível. A intolerância e seus artifícios mais presentes (o preconceito, o fanatismo religioso, a homofobia, o racismo, a prepotência, o orgulho, e tantos outros) são as únicas atitudes que deveríamos não tolerar com veemência.

    Mas ao olhar para tudo o que escrevem, compartilham e “debatem” por aí este não tem sido o rumo tomado pela prometida liberdade de expressão e informação. Muito pelo contrário, qualquer texto, reportagem, imagem, campanha que toque em assuntos ditos “polêmicos” fica sujeito à crucificação geral.

    É espantoso como por trás de seus teclados tanta gente consegue se vestir de autoridade para opinar sobre assuntos diversos, impondo suas opiniões. Sem pensar que para poder não tolerar algo, é preciso pelo menos fazer o simples exercício de tentar se colocar no lugar do outro.

    Não defendo que as pessoas não devam ter opinião, ou a teoria de que tudo é relativo. No entanto, opinião pressupõe a existência de argumentos sólidos e racionais para apoiá-la. Não é simplesmente dizer “eu odeio isto”, “odeio quem gosta disso”,” xingo com palavrões e desejo a morte de quem gosta disso”. E, sem exageros, é isto o que vemos por aí quando algumas pessoas discordam das outras em assuntos simples como o gosto musical ou outros mais complexos como a opção religiosa, sexual, aborto e eutanásia.

    Parece que, com a relação impessoal que a internet proporciona, os intolerantes encontraram a brecha para expor a sujeira que existe no pensamento humano. Como não serão obrigados a ouvir discordâncias, como o outro não está na sua frente para contrapor, os intolerantes se vestem de inverdades para despejar tudo aquilo que está ali dentro. E acabam se mostrando ditadores de valores vis, como certos Bolsonaros que ganharam destaque (imaginem só!) com suas idéias distorcidas da realidade.

    Incomoda-me muito saber que é este o tipo de conversa que anda dominando os novos espaços de relacionamento. Ao mesmo tempo, é bom pra saber o quanto ainda precisa ser feito para realmente haver respeito.

    Não escrevo estas palavras tortas com a intenção de que possam mudar algum intolerante. Mas, se alguém aí concorda comigo, comente aqui, ou no seu próprio blog, em seu facebook, algo que ajude a ocupar os espaços com mensagens como esta. Espalhe tolerância por aí.



  3. Capas ousadas de jornais

    10 de abril de 2012

    Correio Braziliense (DF) - A Comissão da Verdade, criada pelo governo federal para investigar o paradeiro de desaparecidos políticos durante o regime militar no Brasil, ainda causa constrangimentos e polêmica em ambos os lados – militares e defensores dos direitos civis. Um dos casos é emblemático: a morte, em cárcere, do jornalista Vladimir Herzog. O jornal, então, lembrou que os brasileiros não sabem, há 48 anos, o que, de fato, aconteceu. A imagem diz mais que tudo.


    O Dia (RJ) -
    A recente morte do humorista Chico Anysio (1931 – 2012) deixou o mundo artístico – e os fãs dele – muito triste. O jornal fluminense encontrou um modo ímpar de informar os leitores, sugerindo que não somente o humorista faleceu, mas também os mais de 200 personagens criados por ele ao longo de uma carreira inteira.

    Diário do Comercio (SP) - O diário aproveitou a célebre imagem da campanha do presidente norte-americano Barack Obama com a frase dita por ele em um encontro com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para informar, na primeira página, o índice de popularidade recorde da presidente Dilma Rousseff. "Ela é o cara", estampa o jornal.


    *Publicado hoje no blog: Café Expresso

  4. Entre os músicos da geração do rock Brasil 80, um dos que talvez mais dialogue com a geração que ouve músicas pela internet é Leoni, o ex-líder da banda Kid Abelha e, à época, os Abóboras Selvagens. O cantor tem renovado sua base de fãs Brasil afora turnê após turnê, mesmo sem grande exposição na mídia, ajudado pelo compartilhamento de conteúdo pelas mídias sociais.

    Prova disso foram parcerias recentes de Leoni com duas das bandas que mais fazem sucesso entre os apreciadores da “música digital” (no sentido de disponibilização, não no sentido da composição). Com Móveis Coloniais de Acaju “refez” a música “Você” que mudou de nome para “Dois Sorrisos”, num esquema de composição que foge do usual.

    Sobre como surgiu o projeto com o Móveis, Leoni afirma em seu blog: “Sei que trocamos mensagens pelo Twitter sobre música livre, ou direitos autorais, sei lá – compartilhamos muitas ideias nesses campos -, e em determinado momento escrevi que devíamos fazer alguma coisa musical um dia. Para minha surpresa esse convite não passou batido. Um dia recebi uma canção quase pronta, que se chamava “Você”. Era bem bacana, mas os Móveis não estavam convencidos de que ela estava pronta. Eles me pediram para ouvir e ajudá-los a arrumar. Isso tudo por e-mail, sem nunca termos nos visto, nem falado ao telefone.”

    A canção acabou sendo lançada numa promoção on-line de Dia de Namorados de uma grande empresa distribuidora de alimentos, com um clipe que tem até pedido de casamento real, depois de um processo de composição praticamente todo feito pelo Skype, Google Doc’s e outros aplicativos de internet.

    Não foi diferente a parceria com Daniel Santiago e Fernando Anitelli, da trupe O Teatro Mágico, com quem Leoni compôs e cantou “Nas margens de mim”, música do terceiro álbum da banda. Também em seu diário virtual, Leoni afirma que a música, que tem influências que vão do Clube da Esquina (Beto Guedes, Lô Borges, Milton Nascimento, ...) ao poeta Manoel de Barros, foi composta digitalmente. A bela canção tem trecho que parece caber bem ao processo de mudança na concepção musical a que Leoni tem se submetido: "Me desaprendi".

    - A canção surgiu de uma melodia do Fernando com retoques do Daniel. Eu recebi a base e remontei o formato da canção. Foram uns dois e-mails de cada lado até batermos o martelo na versão final. Depois de gravada a base ele me mandou uma versão com os espaços onde eu deveria cantar. Fiz uma gravação de voz e a enviei por e-mail -, conta ele sobre o processo.

    Para completar, o cantor é também um dos que tem se engajado nas discussões sobre os desafios do mercado fonográfico com a possibilidade de compartilhamento de arquivos musicais em formato digital. Além de seu blog “Diário de Bordo”, sobre a carreira musical, ele mantem outro (musicaliquida.blogspot.com.br) com textos que expressam sua opinião e a de outros sobre o debate.




    A parceria com o Móveis, que funcionou como um cartão virtual de dia dos namorados

    A bela composição com o TM: letra diz muito sobre a condição humana